O diploma foi promulgado na quinta-feira à noite pelo Presidente a partir do hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde se encontra depois de uma cirurgia a uma hérnia umbilical.

"O senhor Presidente da República percebeu melhor do que ninguém a importância que o diploma de requalificação tem para o futuro do Buçaco, ao ponto de o promulgar a partir da cama do hospital, num gesto que não será esquecido. Daqui lhe envio uma palavra de agradecimento e votos de uma recuperação rápida", comentou o presidente da Fundação Mata do Buçaco, António Gravato, em declarações à Lusa.

Também o presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, destacou "a preocupação do Presidente da República de não atrasar mais a reclassificação do Buçaco à categoria de Monumento Nacional, despachando o processo nestas condições tão sui generis".

O autarca aproveita para convidar Marcelo Rebelo de Sousa a deslocar-se ao Buçaco "para deixar a sua marca, 'ad aeternum', numa floresta que é mágica", plantando uma árvore.

Segundo o ‘site’ da Presidência da República, o diploma "reclassifica como Monumento Nacional o conjunto denominado ‘Palace Hotel do Buçaco e mata envolvente, incluindo as capelas e ermidas, Cruz Alta e tudo o que nela se contém de interesse histórico e artístico, em conjunto com o Convento de Santa Cruz do Buçaco, no Buçaco, freguesia do Luso, concelho da Mealhada, distrito de Aveiro’.

O decreto de reclassificação foi aprovado em Conselho de Ministros em 07 de dezembro e, segundo os responsáveis do Buçaco, vem reforçar o processo de candidatura da mata e conjunto envolvente a Património Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), apresentada em 2016.

"Esta decisão do Conselho de Ministros vem corrigir um erro grave que tardava em ser corrigido e fazer finalmente justiça a um espaço majestoso e imponente, de rara beleza, único no país", disse na altura à Lusa o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, o principal impulsionador da candidatura do Buçaco.

Dentro dos 105 hectares de mata, plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no século XVII, existem 140 edifícios, muitos deles de interesse histórico reconhecido, como é o caso do Convento de Santa Cruz ou o Palace Hotel do Buçaco, instalado desde 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal.