
Com apenas quatro episódios, a minissérie centra-se na história de Jamie Miller, um rapaz com apenas 13 anos que é acusado de assassinar a sua colega de turma Katie. Com tantas séries sobre assassinos tresloucados, o que é especial sobre a “Adolescência”? O retrato da “normalidade” dos comportamentos conturbados.
Jack Thorne e Stephen Graham conseguiram pintar na tela uma representação de uma sociedade passiva perante a radicalização da forma de pensar dos jovens rapazes.
Numa altura em que criadores como Andrew Tate e Theo Von têm tanta popularidade nas redes sociais e partidos extremistas crescem globalmente, os pensamentos radicais de violência (verbal e física) contra mulheres são normalizados e até incentivados.
“Adolescência” é uma crítica à passividade da sociedade. Jamie não é um psicopata que idealiza homicídios, Jamie é só mais um rapaz normal, vítima de alienação social. Para ele, as suas ações estão justificadas; foram apenas uma resposta às ações de Katie.
É especialmente interessante como os criadores conseguiram captar a forma como de geração para geração nos tentamos distanciar dos nossos pais através da linguagem. Termos como red pill mindset, incels e regra 80-20, que não nos são estranhos, criam esta barreira linguística entre gerações, bem evidente no segundo episódio.
A minissérie destaca-se também pela inovação técnica. Com meses de preparação e semanas de ensaio, todos os episódios de “Adolescência” foram gravados em one-shot. Com mudanças de cameramen, estabilizadores e drones, os criadores conseguiram envolver o espectador na ânsia da história. A isto, juntam-se também as performances inigualáveis dos atores. Imaginem ter de gravar mais de uma hora por take no vosso primeiro gig de representação de sempre. Pois, Owen Cooper fez exatamente isso. No seu primeiro papel de sempre, Cooper oferece-nos uma tremenda performance, capturando a vulnerabilidade e complexidade da sua personagem.
“Defending Jacob”
Ao ver “Adolescência”, é quase impossível não pensar na minissérie produzida pela Apple TV, “Defending Jacob”. Tal como em “Adolescência”, acompanhamos um rapaz adolescente que é acusado de assassinar um colega de turma. Apesar de não ser acusado de matar uma rapariga, as preocupações não deixam de ser as mesmas. É só após a morte de uma criança que vemos um interesse pelos pais na monitorização dos conteúdos a que os jovens têm acesso nas redes sociais.
Apesar de ser uma série com temas pesados e inquietantes, não podemos deixar de a recomendar. Performances com as de Chris Evans, Michelle Dockery e Jaeden Martell fazem-nos acreditar que o amor pela sétima arte ainda prospera.
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