O MNAA irá receber "uma paisagem raríssima" criada por Rembrandt, que será exposta em conjunto com peças das Coleções Reais holandesas, a propósito da visita oficial a Portugal dos reis da Holanda, revelou hoje à agência Lusa o diretor do museu, António Filipe Pimentel.
"Esta pintura de Rembrandt será exibida com mais sete peças das coleções reais e duas obras da própria coleção do MNAA, sendo uma delas um desenho de uma paisagem também da autoria do mestre holandês", indicou.
Intitulada "Rembrandt. Elos perdidos", a exposição ficará patente de 11 de outubro até 07 janeiro de 2018 na Sala do Teto Pintado, e inclui obras dos pintores holandeses Gerard van Honthors t e Joos van Cleve.
No entanto, de acordo com António Filipe Pimentel, a "grande exposição do MNAA, em dimensão e qualidade", será "As ilhas do ouro branco - Encomenda Artística na Madeira (séculos XV-XVI)", que ficará patente entre 15 novembro e 18 de março de 2018.
"Esta exposição será o rasgar do véu sobre uma realidade muito pouco conhecida que é a encomenda artística na Madeira", comentou o diretor do MNAA à Lusa, sobre a mostra, que apresenta uma centena de peças.
Proveniente da Ásia, o açúcar era conhecido na Europa como "ouro branco", devido ao seu valor e raridade, e terá sido o Infante D. Henrique a importar cana-de-açúcar da Sicília e a introduzir o seu cultivo na Madeira, um projeto de rápida expansão.
"Com o grande sucesso da economia do açúcar, deu-se um enorme desenvolvimento local na Madeira que proporcionou a aquisição, por parte de privados, de inúmeras obras de arte", recordou o responsável do museu.
No final do século XV, o açúcar do arquipélago chegava aos portos de Bruges e de Antuérpia, de Génova, Nápoles, e Constantinopla.
Nas primeiras décadas do século XVI, a Madeira vivia um período de prosperidade económica sem precedentes e, nessa época, os ricos negociantes de açúcar importavam trípticos e retábulos de importantes pintores flamengos, esculturas religiosas, alfaias litúrgicas em ouro e prata.
Esta exposição vai marcar o arranque das Comemorações dos 600 Anos do Descobrimento da Madeira, sendo constituída por cerca de cem obras de arte, entre pintura, escultura, ourivesaria e artes decorativas, dos séculos XV e XVI, que ilustram a especificidade da encomenda artística madeirense a oficinas nacionais, espanholas e flamengas.
Ainda na programação do MNAA de 2017 e do início do próximo ano, consta a exposição "Anjos: entre o Céu e a Terra. Desenho Europeu (séculos XVI-XVIII)", que estará patente de 24 outubro a 04 de fevereiro de 2018, na Sala do Mezanino.
"A representação destes seres alados constituiu, ao longo dos séculos, um sempre renovado desafio à imaginação dos artistas", contextualiza uma nota do MNAA sobre a programação.
A temporada de exposições abre a 28 de setembro com Diego Velázquez (1599-1660), no Ciclo Obra Convidada, apresentando a pintura a óleo "Sibila", do Museu Nacional do Prado, de Madrid, até 14 janeiro de 2018, no âmbito da abertura da Mostra Espanha 2017.
"Sibila", óleo sobre tela de 62 por 50 centímetros, foi realizado pouco depois do regresso do pintor da sua primeira viagem a Itália.
A obra representa uma mulher jovem, de perfil, olhando em frente e carregando no seu braço esquerdo uma tábua ou tela, como se estivesse a escrever ou a pintar.
Pela pose e gesto, foi identificada como sendo uma das sibilas, personagens da mitologia greco-romana às quais eram atribuídas capacidades adivinhatórias, e que a tradição cristã assimilou como profetisas pagãs do nascimento de Cristo.
Designado por Obra Convidada, o ciclo de exposições, iniciado em 2013 – com "Judite com a Cabeça de Holofernes", de Lucas Cranach, o Velho (1472-1553), vinda do The Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque – traz até ao MNAA obras de arte de destacadas instituições culturais internacionais.
Comentários