A estação pública tem “vários projetos em fase de finalização” na área da ficção nacional, que entrarão na programação a partir de setembro, revelou hoje o diretor de programas da RTP1, José Fragoso, num encontro com jornalistas, para anunciar as novidades de verão deste canal.
Durante o verão será exibida a série “Solteira e boa rapariga”, protagonizada por Lúcia Moniz, que conta a história “de uma mulher a passar os 30 anos, que não tem noivo e vai andar em cada episódio à procura de um noivo para casar”. A série tem estreia marcada para o final deste mês.
Depois, até ao final do ano, estão previstas as estreias de “Sul”, de Ivo M. Ferreira, “Luz Vermelha”, de André Santos e Marco Leão, e “Terra Nova”, de Joaquim Leitão.
“Sul”, produzida pela Arquipélago Filmes, foi apresentada no ano passado no mercado de coproduções do festival de Berlim, e exibida este ano no European Film Market, um mercado de cinema e audiovisual que acontece durante o festival na capital alemã.
Do tipo policial, com dez episódios, a série decorre em Lisboa, em plena crise financeira, e conta no elenco com Adriano Luz, Ivo Canelas, Margarida Vila-Nova, Jani Zhao e Afonso Pimentel, entre outros atores. Edgar Medina, Rui Cardoso Martins e Guilherme Mendonça assinam o argumento.
“Luz Vermelha”, cujos dois primeiros episódios serão estreados na 27.ª edição do ‘Curtas’ Vila do Conde, que se realiza a partir de sábado, é uma série “que se centra numa terra imaginária, mas que se baseia no caso das ‘Mães de Bragança’”, adiantou José Fragoso.
Com argumento de Patricia Muller e produção da Vende-se Filmes, a série conta no elenco com atores como Joaquim Monchique, Sofia Nicholson, Afonso Pimentel, Margarida Vila-Nova, João Lagarto e a brasileira Mariana Badam.
A história de “Terra Nova”, com Virgílio Castelo, João Reis e João Catarré, entre outros, “parte da atividade dos pescadores de bacalhau, da região Centro/Norte de Portugal”.
“É uma viagem na pesca, com a situação das famílias que ficam e os homens que partem. É uma série muito diferente em termos de perspetiva, que vai para um ambiente muito agressivo que é o alto mar”, referiu José Fragoso.
Até ao final do ano, poderá ainda estrear-se a versão televisiva de “A Herdade”, filme de Tiago Guedes que chega aos cinemas em setembro, com produção da Leopardo Filmes de Paulo Branco.
“Temos a versão de quatro episódios para televisão de um filme muito poderoso, que conta a história de uma herdade alentejana ao longo de três gerações”, referiu José Fragoso.
Com argumento de Rui Cardoso Martins, o filme conta no elenco com Albano Jerónimo, Victoria Guerra, Miguel Borges, João Vicente e Sandra Faleiro, entre outros.
Já para o próximo ano, “mas embora possam ter ainda episódios estreados no final deste ano”, ficam “Auga Seca” e “A Espia”, duas coproduções com Espanha.
José Fragoso acredita que, para se chegar “a um patamar de internacionalização”, que considera ser “possível alcançar”, é preciso “também que em termos de produção se consigam valores de financiamento mais elevados, e aí a coprodução é muito importante”. “A coprodução permite financiamento mais forte, que permite ter conteúdos mais fortes”, disse o responsável pela programação da RTP1.
“Auga Seca”, uma coprodução com a TV Galiza, gravada em Portugal e Espanha, conta a história “de uma mulher – interpretada por Vitória Guerra - que entra dentro de uma quadrilha de tráfico de armas”. O elenco conta ainda com João Reis, Adriano Luz e vários atores espanhóis.
“A Espia”, de Jorge Paixão da Costa, uma coprodução entre a Ukbar Filmes e a Ficción Producciones, conta no elenco com Daniela Ruah, Maria João Bastos, Diogo Morgado e Marco d’Almeida.
A ação desta série centra-se “naquela fase da II Guerra Mundial em que Portugal era uma zona neutra, mas onde a espionagem funcionava”.
De acordo com este diretor da RTP, na área da ficção “já há resultados muito interessantes do ponto de vista do efeito que estas séries - séries que são séries, não novelas pintadas de séries - podem ter junto do público”.
“O Nosso Cônsul em Havana”, atualmente em exibição na RTP1, “está a fazer 300 mil espectadores por episódio e é um número muito interessante”, disse José Fragoso à Lusa, dando também como exemplo “Soldado Milhões", que atingiu 650 mil espectadores.
O diretor da RTP1 recorda que não é possível comparar “séries portuguesas com financiamentos muito baixos, às vezes na casa dos 50/60 mil euros [por episódio], com episódios [de séries estrangeiras] que têm 14 milhões de euros de custo”.
Além da ficção, a RTP tem apostado também nos documentários, tendo atualmente “dois projetos grandes em desenvolvimento”: “Deus Cérebro” e “Montado”.
“Deus Cérebro”, com realização de António José Almeida e produção da Panavídeo, é uma série documental de quatro episódios sobre o cérebro, “com amplo contributo de cientistas do planeta inteiro”.
“A equipa de produção correu o mundo à procura de testemunhos de cientistas sobre o cérebro. Está um episódio feito e outros a terminar”, adiantou José Fragoso, revelando que a série poderá “ser lançada este ano”.
“Montado” é uma coprodução com Espanha, “sobre a região de montado da Extremadura espanhola e que apanha parte do Alentejo”,
Realizado por Joaquín Gutiérrez Acha, “que tem muitos documentários feitos sobre Natureza, é um conteúdo que vai à procura dos habitats naturais desta região, que tem uma vida animal selvagem muito significativa”, referiu José Fragoso sobre a série de dois episódios, com estreia prevista para 2020.
Entretanto, para este verão, a RTP1 volta a estar “na estrada”, com uma programação que inclui “mais de 60 programas pelo país inteiro”, como o Sete Maravilhas dos Doces de Portugal e Há Volta, que acompanha a Volta a Portugal em bicicleta, e uma semana dedicada às vindimas, com programas transmitidos a partir de cinco regiões onde se produz vinho.
Além disso, o Preço Certo terá uma edição especial a partir de Barcelos, haverá um concerto La Banda no Campo Pequeno, em Lisboa, emissões em direto do NOS Alive, com transmissão de concertos, e um concurso apresentado por Vasco Palmeirim e Filomena Cautela, o I <3 Portugal, entre outros.
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