Com apresentações ao ar livre, este espetáculo é a 109.ª produção do Teatro das Beiras e estará em cena na Covilhã de 30 de junho a 02 de julho, partindo depois em digressão, num total previsto de 22 apresentações até ao dia 22 de agosto.
Trata-se de um espetáculo que partiu de dois dos primeiros textos de Molière — “Médecin Volant” e “La Jalousie du Barbouillé” – e apresenta uma sátira em torno da figura dos médicos do século XVII.
É também uma produção que une duas épocas (a de Molière e a atual), com o humor eterno daquele homem do teatro, a lembrar que a melhor terapia para todas as doenças é a comédia.
“De tempos a tempos, somos surpreendidos com alguém que se faz passar por médico. Surpreende-nos o descaramento, a ‘perícia’ e a capacidade de enganar toda a gente, mas choca-nos que se possa brincar assim com a saúde dos outros. No Teatro, por exemplo, podemos matar ou fazer adoecer qualquer pessoa, sem que isso tenha algum mal. Pelo contrário, até pode provocar salutares gargalhadas, como é o caso de Molière. Na Medicina, não. As pessoas podem realmente adoecer e morrer”, frisa José Carretas, citado na nota de imprensa.
O encenador lembra ainda que “também há falsos engenheiros, falsos advogados, falsos padres, com falsos diplomas, mas isso, estranhamente, não choca tanto”.
“Há gente que chega mesmo a votar neles. Mas, como diz Esganarelo, neste espetáculo, médico é mais do que um estatuto, é uma missão”, acrescenta.
Lembrando que no tempo de Molière também houve a peste, a pandemia da época, e que o dramaturgo satirizava os médicos porque “teria razões para isso”, José Carretas destaca a evolução verificada.
“Nós, hoje, agradecemos aos médicos e à Ciência que nos dão mais e melhor vida. Hoje, os médicos são diferentes. São melhores”.
Na nota de imprensa, José Carretas destaca ainda que este é o seu oitavo trabalho realizado com o Teatro das Beiras, pelo que considera que já não se trata apenas de amizade, mas de “cumplicidade”.
“Digo cumplicidade, porque teatro é um crime premeditado, cometido em grupo. O veredicto é do público, mas, até lá, somos todos presumidos inocentes. Espero que o público seja também ele nosso cúmplice ou, pelo menos, benevolente”, conclui.
A interpretação é de Fernando Landeira, Hâmbar de Sousa, Sílvia Morais, Susana Gouveia e Tiago Moreira, os figurinos de Margarida Wellenkamp, a música de Ambre de Souze, Thyago Mûriere e Jean-Baptiste Lully, e o desenho de luz de Hâmbar de Sousa.
Cecília Quaresma e Pedro Sardinha são responsáveis pela pintura e cenário, a Alfaiataria Juvenal e Sofia Craveiro pela confeção de figurinos, Ivo Cunha pela carpintaria, Fernando Landeira pela fotografia de cartaz e Celina Gonçalves, Fernando Sena e Luís Mouro pela produção.
Destinado a maiores de 12 anos, o espetáculo será apresentado às 22:00 e terá lotação limitada, de acordo com as normas Direção-Geral da Saúde, pelo que as reservas devem ser feitas antecipadamente para os números de telefones 275 336 163 ou 963 055 909.
O bilhete custa seis euros, com desconto para estudantes, maiores de 65 anos e sócios do Teatro das Beiras.
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