Depois de começar como produtora nos anos 80, ganhou notoriedade ao apresentar programas que marcaram a história da televisão, como 'Não Se Esqueça da Escova de Dentes', e no ano 2000 passa a ser a cara que traz para a TVI o formato 'Big Brother', que revolucionou o entretenimento nacional.

Além de ser conhecida como a "rainha dos reality shows", Teresa tem um currículo vasto que inclui uma carreira no teatro, onde começou ao lado de Miguel Falabella, com a peça 'A Partilha', em 2006, e a produção de conteúdos televisivos, como as séries de sucesso 'Floribella' ou 'Chiquititas', ambas na SIC.

A sua empatia com o público e capacidade de lidar com momentos emotivos ao vivo tornaram-na uma referência para várias gerações, e é em 2020 que apresenta o último reality show a solo, quando regressa ao 'Big Brother' para a 6.ª temporada do programa. No ano seguinte, apresentou ainda 'Big Brother - Duplo Impacto', ao lado de Cláudio Ramos, e deixa a TVI e o formato até aos dias de hoje.

Desde então, passa a ser mais vista nos palcos do teatro, juntando-se ao elenco de 'Monólogos da Vagina' durante cerca de três anos, na companhia de Marta Andrino e Melânia Gomes. Na mesma altura, investe na sua carreira como formadora em comunicação e palestrante. "É outra forma de comunicar", dirá a própria nesta entrevista ao SAPO24.

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Em 2023 ingressa na CMTV, para fazer parte do painel de comentadores do programa 'Noite das Estrelas', e já afastada dos reality shows, não por opção pessoal como contará ao SAPO24, regressa com a peça que escreveu com Miguel Dias (também encenador), 'As Vaginas e Eu - tudo o que ficou por dizer', para contar a história da sua vagina e ouvir sobre as histórias das vaginas do público. Com a máxima "As vaginas unidas jamais serão vencidas", recorda diariamente os temas de que sempre falou em televisão mesmo sem se aperceber que afinal já falava sobre sexualidade.

Com o espírito efusivo que lhe é característico, falou com o SAPO24 sobre este novo projeto e o caminho até aqui marcado pela vontade que sempre teve de quebrar tabus.

Antes de mais nada, o que ficou por dizer depois de já ter falado tanto sobre vaginas em palco?

Ninguém sabe o que ficou por dizer, porque é muito complicado. Em primeiro lugar, é importante destacar que nos 'Monólogos da Vagina' éramos três, aquilo chamava-se monólogos, mas éramos três.

"A minha vagina e a vagina do público nunca mais foram a mesma"

E existia uma parte do meu monólogo em que era suposto dialogar diretamente com o público e fazer perguntas. E o que aconteceu foi tanta interligação e tantas respostas engraçadas. Era uma coisa que em teoria iria durar uns 15 ou 20 minutos e acabava às vezes por durar quase uma hora. Era quase uma peça depois de uma peça.

Tudo isso fez com que eu não pudesse responder a muitas perguntas que as pessoas me faziam. Não tinha espaço nem tempo. Precisávamos de um espaço para contar outras coisas engraçadas que as pessoas diziam e que não podiam ser alargadas e aprofundadas.

E a peça acabou por ser uma experiência muito fora do normal desde o seu início. Então, esta nova peça sou eu a contar desde o início como é que eu fui fazer os 'Monólogos', e como apesar de nunca querer ir ao público de maneira nenhuma, acabei por ir e a surpresa que foi. Ou seja, “tudo o que ficou por dizer”.

Fala-se sobre como as vaginas entraram na minha vida, mas também das muitas coisas de que eu me lembrava, episódios que eu tinha contado outras vezes e que me vão contando todos os dias na peça, e eu vou acrescentando tudo no texto.

A dada altura, comecei, no final de cada sessão, a tomar nota das perguntas que as pessoas faziam, de ideias que as pessoas davam, e é baseado nessas ideias e nessas perguntas do público que eu e o Miguel escrevemos uma peça. Portanto, nós continuámos, de certa forma, um diálogo que nunca tinha existido até agora.

Agora sou eu a contar a minha história, a minha experiência com o público, com as vaginas. As vaginas e eu, como eu digo nesta peça: a minha vagina e a vagina do público nunca mais foram a mesma. Isto porque as pessoas respondem realmente coisas inesperadas. Há algumas muito cómicas, outras menos, mas é engraçado. Portanto, a experiência aqui é com o público.

Todos os dias é um espetáculo completamente diferente do dia anterior? 

É completamente diferente. Existe uma estrutura, eu conto uma história, mas vai-se acrescentando coisas e, na verdade, é uma sensação natural. As coisas que são interessantes passam de um dia para o outro. Algumas histórias acabam por cair.

O objetivo é criar diálogo porque a peça é sobre a sexualidade feminina e a relação entre os homens e as mulheres. Essa é a base da peça.

O que fazem os homens nesta peça? "Vêm cá a ouvir uma coisa que não ouvem habitualmente, que é as mulheres a falar de si próprias".

As vaginas ali representam as mulheres, mas também há uma relação óbvia entre os homens e as mulheres, as vaginas, neste caso. Então fazem-se também perguntas aos homens, e os homens acrescentam à peça.

E o que é que os homens podem levar de positivo deste espetáculo? 

Eles vão lá fazer formação. Vêm cá a ouvir uma coisa que não ouvem habitualmente, que é as mulheres a falar de si próprias e até as próprias mulheres deles.

Os homens não têm uma vagina, mas a vida deles está relacionada com o sexo oposto, e falam das suas mulheres, ou das mulheres no geral, ou do que seria o ideal, ou das suas ideias também. O ideal é ser um par e podem discutir-se coisas muito mais insólitas.

Teresa Guilherme
Teresa Guilherme Teresa Guilherme créditos: 24

E depois devem ir para casa discutir?

Outro dia estava uma senhora na plateia com um senhor mais ou menos da mesma idade, aí com uns 60 anos. E eu perguntei quem tinha um vibrador e ela meteu a mão no ar. Perguntei-lhe logo como se chamava o vibrador, e ela disse Jorge e o marido chamava-se José.

Com o marido ao lado não fiz muitas mais perguntas, mas ficámos a saber que era o nome de outro homem que não ficámos a conhecer.

Com uma carreira de tantos anos na televisão porque é que não queria ir falar diretamente com o público?

Eu dizia: não sou capaz, não sou capaz. Pensava: vou perder-me no texto, porque é muito difícil e tenho de fazer perguntas ao mesmo tempo. É difícil, é mesmo difícil. E eu não sabia o que sabia fazer. E pronto, depois fiz.

Como é que se preparou para essa dinâmica? 

Um dia eu fiz. Cheguei lá e tive de fazer a primeira pergunta. Foi a um senhor que eu escolhi. Não sei porquê, acho que era mais confortável perguntar a um homem do que a uma mulher. E pronto, fiz uma pergunta ao senhor, o senhor respondeu, E a partir daí, eu respondi ao senhor, e então cheguei à conclusão que sabia fazer uma coisa que não sabia fazer.

É fácil fazer as pessoas participar?

É pior nas terras mais pequenas, em que as pessoas querem dizer, mas já sabem que no dia seguinte vão encontrar as pessoas no café.

Por vezes até a palavra vagina é uma palavra sombria e as pessoas não estão habituadas.

Nas terras maiores, isso não acontece. As pessoas falam mais facilmente, mães e filhas, ou mesmo avós, mães e filhas e netas, pais e filhas também. Muitas noras… Famílias inteiras.

É um programa familiar?

Cada vez mais. As mães falam mais, as raparigas são mais tímidas. Mas o habitual é serem muito cúmplices e quererem falar, porque é como se fosse na casa delas. Há uma vontade de ser um exemplo e de mostrar o que é feminino. 

A minha interação com esta peça é falar livremente e acabar com tabus. Por vezes até a palavra vagina é uma palavra sombria e as pessoas não estão habituadas. A minha ideia é que as pessoas entrem tímidas e percebam que: "As vaginas unidas jamais serão vencidas". É assim que acaba a peça. 

Acha que as vaginas, no geral, não são "unidas"?

Há uma grande diferença entre a forma como se trata a sexualidade feminina do tempo em que eu era nova, nos meus vinte anos, trinta anos, para agora. Evoluiu bastante. Mas continua a ser necessário falar-se.

Eu acho que as pessoas estão prontas para falar. É uma coisa diferente. Quando os 'Monólogos' começaram, era com a Guida Maria e foi no ano 2000. Nessa altura as pessoas diziam que queriam bilhete para “aquela peça”, não diziam a palavra vagina. Hoje em dia isso já não acontece.

Mas continua a haver um tabu. No entanto, existe uma vontade que não exista tabu com cada vez mais peças e filmes sobre sexualidade.

Eu não tenho dúvida de que naquela horinha e meia o tabu desaparece. Talvez porque se calhar... É muito divertido.

Ter ali aquela espécie de terapia de grupo pode ajudar, não é? 

Fazemos um grupo e vamos lá partilhar.

A peça vai partir em tour. Como é que é andar pelo interior de Portugal com estes temas?

Já não há Portugal interior. Toda a gente está ligada pela internet. A única coisa que pode haver é que em terras mais pequenas, em que as pessoas se encontram muito, não se entregam tanto. Falam, mas não se entregaram muito. Normalmente é difícil.

Os temas da sexualidade foram muitas vezes esquecidos ou evitados na televisão e no teatro... Será por sermos um país conservador e ligado à igreja?

Será que somos? Ou isso é só um preconceito? Aqui é mais um problema de não falar.

A minha experiência ao longo dos anos na televisão, e no teatro também, é que se pensa que os portugueses não se manifestam, não batem palmas, não se entusiasmam. Eu acho que isso é superstição, é mentira. Acho que é uma espécie de desconfiança que existe.

A única coisa que acontece mesmo é quando damos um prémio a uma pessoa, e até pode ser de 10 mil euros, e a pessoa diz só: "Ah, obrigada" - e nós ficamos a fazer a festa sozinhos. É horrível.

E nós até perguntamos: "Mas ganhou, percebeu que ganhou?" - e respondem "Sim, sim". Parece uma superstição que se se fizer muito barulho acontece alguma coisa ao dinheiro.

Mesmo em concursos com disputas gigantes, estão ali a responder a perguntas e no final ganham uma data de dinheiro e só dizem "Ah, que bom. Obrigado". Não é aquela coisa, não andam a correr pelo estúdio, nem se atiram para o chão e beijam toda a gente.

Por isso não sei se nós somos conservadores ou se somos contidos.

Onde é que as pessoas se manifestam mais? No futebol. Eu apanhei um jogo do Benfica-Sporting durante o espetáculo e estava a ver que alguns homens estavam a ouvir o jogo e perguntei a um senhor como é que está a correr o jogo. Estava a sentir-se o sofrimento. Quando eu passei por lá dois minutos depois diz-me: Fomos a penáltis e já ia no sexto e ficámos todos a seguir. E quando ganhou o Benfica levantaram-se aos gritos.

Mas na sua experiência dos reality shows, não acha que as pessoas mostram muito aquilo que são?

Elas expõem-se num jogo. Não são elas expor-se a elas. Não são elas na sua casa. Não são elas no seu dia a dia. Eu tenho dito isto a minha vida inteira.

As pessoas estão dentro das casas, num jogo, a obedecerem a regras, a sofrerem quando são expulsos pelo público, por pessoas que eles não conhecem, e que não sabem como estão a ser avaliadas porque elas não têm contacto exterior. Elas não sabem o que se está a passar.

Aquilo não são as pessoas no seu dia a dia. E há muito essa confusão, criada até propositadamente. Porque julgam as pessoas em vez de as observarem. Aquelas pessoas estão num jogo. Têm comportamentos fora do seu habitual. São delas os comportamentos, mas são pressionadas.

Teresa Guilherme
Teresa Guilherme

Ainda por cima os concorrentes estavam completamente fechados dentro de uma casa sem saberem nada lá de fora...

Não sabiam se eram amados, se eram odiados. Só chegavam a esta conclusão muitas vezes quando iam a votos. E quando eram expulsos, eles pensavam: "A sério?".

Big Brother? "Agora é uma fábrica de fazer coisas".

Nas últimas casas, já foi mais difícil porque mandavam muitos aviões. No tempo das primeiras temporadas do 'Big Brother', havia um acordo dentro da Endemol com o senhor dos aviões, e os concorrentes só viam as mensagens previamente aprovadas. Não se passava informação cá de fora.

Porque prejudica um bocado a ideia do jogo?

Sim, porque cada mensagem enviada pode ser uma mensagem errada ou certa.

Tantas casas depois, acha que o programa ainda tem a mesma qualidade?

Não há ninguém a pensar muito o formato, é isso que eu acho. Antes tinha-se imenso cuidado. Havia um ou dois por ano, ou havia um e um 'Desafio final' e depois parava.

E depois quando voltava, dava tempo de escolher quais os concorrentes. Agora é uma fábrica de fazer coisas.

Estamos numa fase em que metade de Portugal já deve ter entrado num reality show?

Metade não digo. Mas já não há um grupo especial de ex-concorrentes, que havia antes. Há um monte de concorrentes. Ninguém se lembra de quem são, porque entram e saem e não ficam na história.

Antigamente havia. Antigamente toda a gente sabia quem era quem.

Acabou por sair porque se cansou deste formato?

Eu saí porque não me convidaram mais, porque outras pessoas quiseram ir para lá. Foi isso que aconteceu. Eu ainda apresentei um há quatro anos. Não fui eu a querer sair.

Agora tem feito um regresso ao teatro... Podemos conhecê-la mais pela televisão, mas de facto também tem uma carreira no teatro já há muitos anos. Tem feito este regresso também porque não está tanto no pequeno ecrã?

Não, eu tenho feito sempre teatro. O que aconteceu é que eu fiquei parada a seguir aos 'Monólogos', porque gostava tanto do formato. Foi tão bom. As colegas eram tão boas.

Há umas peças que vêm do céu, e em que depois não dá para colar outra coisa logo na sequência.

Eu tive várias ideias e várias tentativas da minha parte de me interessar por alguma coisa, mas só agora é que eu decidi fazer esta peça, porque ainda estava agarrada.

Estive a minha vida toda a falar de sexo na televisão e já lá vão mais de 30 anos

A CMTV tem sido também uma paz no sentido de me divertir, do grupo ser ótimo, serem todos amigos e estar a fazer uma coisa que até não era o meu habitual, porque nunca tinha comentado e estou bem como estou. O teatro inevitavelmente iria aparecer. Se não aparecesse agora neste instante, iria aparecer mais para a frente. Deste ano já não passava.

Eu gosto muito do teatro, e esteve sempre na minha vida. Fiz muita televisão, novelas, reality ao mesmo tempo de teatro. Cheguei a sair a correr da apresentação de um reality e ir a correr para o teatro.

Tem aqui uma espécie de missão de falar sobre sexualidade? É uma coisa que lhe interessa a si muito pessoalmente? 

Eu não sou uma pessoa de preconceitos. Não é em relação ao sexo. E os tabus, eu acho que pertencem às pessoas com mentes pequeninas.

Quando fui fazer os 'Monólogos', pensei que podia estar a falar de uma coisa muito diferente, mas rapidamente percebi que era mentira e estive a minha vida toda a falar de sexo na televisão e já lá vão mais de 30 anos.

Naquela altura não se podia falar de coisa nenhuma, nem se podia falar de astrologia, que era mal visto, nem alimentação e eu tinha uma colaboradora que era sexóloga. Havia muitos tabus. Aí é que havia tabus. 

Inventei expressões como 'edredoing' e 'o ondular do edredom'

Então, ter uma sexóloga a falar para as mulheres sobre a sua sexualidade era uma coisa...  Só agora é que se fala de menopausa, que é uma coisa que todas as mulheres têm.

Na televisão sempre aconteceu isso?

Quando eu comecei só existiam o canal 1 e o canal 2, e havia muitas regras sobre o que se podia falar, e especialmente em coisas das mulheres, como "eles" diziam, é que não se podia mesmo falar.

E eu já tive a necessidade de ter lá uma sexóloga. As pessoas faziam perguntas, e ela respondia. E depois, quando comecei a fazer reality shows, foi um fartote de normalidade de sexualidade que as pessoas achavam todas muito mal e criticavam muito.

E eu tentava tirar a carga negativa, fosse qual fosse, de duas pessoas que se apaixonam e que se envolvem dentro de uma casa. Eu inventei expressões como 'edredoing' e 'o ondular do edredom'. O que é que era isso? Era outra forma de falar do assunto sem falar no assunto.

E os telespetadores olhavam para aquelas pessoas de uma forma melhor... Ninguém ficou a olhar para a Marta Cardoso de lado, porque foi a primeira pessoa numa casa a encontrar o marido e a envolver-se com um colega. Mas ninguém ficou a olhar para ela de lado.

Mas isso é por causa da forma como tudo foi tratado. Como foi encarado de uma forma natural.

Mas no início deve ter sido complicado falar destes temas, porque foram os primeiros reality shows em Portugal...

Eu na altura pensei que podia haver muito ódio. O bom era que não havia redes sociais, o que era uma grande sorte também. Não havia o YouTube ainda. Portanto, não era uma coisa que fosse recorrente e que se pudessem ver imagens a toda a hora.

Pensei que iria haver uma reação mais negativa. Mas não. A reação positiva abafou logo qualquer negativa que pudesse haver.

Teresa Guilherme
Teresa Guilherme Teresa Guilherme créditos: 24

Lembro-me que depois houve vários programas até à volta do casal que se tinha casado. O anel da Marta, o casamento em direto... Todas essas coisas foram encaradas de uma forma muito natural. E ajudou, outra vez, a desmistificar a coisa.

Toda a gente sabe o que acontece quando as pessoas se apaixonam.

E como é que é conciliar o teatro com a CMTV? Porque havia rumores que também ia começar a participar de manhã. É verdade?

Eu fui de manhã só para fazer substituições do Rui Oliveira e da Ágata Rodrigues quando eles foram de férias e gostei, acho divertido, mas nunca foi uma realidade eu ir para as manhãs. Não é a minha especialidade.

Neste momento, consigo conciliar a CMTV com o teatro. Felizmente, tenho a hipótese de fazer o espetáculo e depois ir fazer o programa.

Ainda consegue ir falar da vida social de outras pessoas?

Sim, e sem falar de sexo.

Às vezes deve estar relacionado com o sexo, não é? 

Às vezes está, quando se toca no tema, tanta gente que casa, gente que se apaixona, tem filhos...

Não é preciso termos sempre contacto com o público, mas o teatro tem essa compensação, em que todos os dias parece igual e todos os dias é completamente diferente.

Gostava de voltar a ter algum programa mais regular? 

Eu gostava. Eu gosto de desafios, mas também gostava de voltar a dar palestras ou cursos. Quem sabe eu não me entusiasmo e não vou pelo menos para os cursos.

O que é que descobriu neste contacto com as pessoas, já que ser apresentador tem tanto contacto com o público?

É outra forma de comunicar. Também já escrevi. Não é preciso termos sempre contacto com o público, mas o teatro tem essa compensação, em que todos os dias parece igual e todos os dias é completamente diferente. É um episódio da nossa vida que não continua no dia a seguir, o que acaba por ser uma sessão muito intensa.

Onde ver o espetáculo?

@24sapo

'As Vaginas e Eu - tudo o que ficou por dizer' estreou no dia 9 de janeiro no Teatro Armando Cortez, em Lisboa, e por lá fica até 2 de fevereiro. Os bilhetes ainda podem ser adquiridos aqui e custam 22 euros.

O espetáculo segue depois para Braga, no dia 7 de fevereiro, e para a Nazaré, no dia 8 do mesmo mês. Em março vai estar em Coimbra, dia 1 e Santa Maria da Feira, dia 15. Regressa a Lisboa dia 18 para uma apresentação no Tivoli BBVA.

A tour passa por várias outras cidades, como o Funchal, no dia 7 de junho. Todas as datas podem ser consultadas aqui.