A iniciativa estende-se até sábado e junta poetas de lugares e línguas diferentes para Dias de Poesia, na terceira edição deste encontro e a primeira a acontecer em duplo formato, ‘online’ e presencial, anunciou a Casa Fernando Pessoa.
Para tal, o programa cruza quatro variáveis: poetas portugueses presentes e poetas estrangeiros que gravaram as suas participações áudio e vídeo, e público presencial ou a assistir por via digital.
Sob o mote “Outra vez te revejo — Lisboa e Tejo e tudo”, este encontro — que vai na sua terceira edição – pretende apresentar poetas mais conhecidos do público, mas também divulgar outros que ainda não estão traduzidos ou publicados em Portugal.
A edição deste ano de “Lisbon Revisited — Dias de Poesia” junta os poetas Conceição Lima (São Tomé e Príncipe), Jan Wagner (Alemanha), Luís Filipe Castro Mendes (Portugal), Miguel-Manso (Portugal), Regina Guimarães (Portugal), Rita Taborda Duarte (Portugal), Ron Padgett (Estados Unidos da América) e Samira Negrouche (Argélia) para conversas à tarde, que podem ser seguidas ‘online’, e leituras ao fim do dia, que serão apenas presenciais, no auditório da Casa Fernando Pessoa.
O programa conta ainda com a participação de dois atores, Dinarte Branco e Cassiano Carneiro, da atriz Carla Galvão e da pianista Inês Proença.
“Para apresentar e conversar com os poetas, convidámos investigadoras, escritores e tradutores — atentos e habituados leitores de poesia. A partir das suas perguntas e propostas poderemos entrar no imaginário de escrita dos poetas convidados — e juntar as nossas leituras às deles”, explica Clara Riso, diretora da Casa Fernando Pessoa.
Uma das grandes vantagens deste encontro é a oportunidade de ouvir os poemas ditos nas suas línguas originais, e depois traduzidos para português, trazendo a edição deste ano como novidade a inclusão de mais um idioma, a Língua Gestual Portuguesa, o que tornará o programa ainda mais inclusivo.
“As conversas terão interpretação e as leituras contarão com a participação de Patrícia Carmo, especialista na interpretação de poemas para Língua Gestual Portuguesa. Como noutras traduções, convidámos a trabalhar connosco nativos das línguas de chegada, poetas ou pessoas com uma relação próxima com a poesia”, especifica a Casa Fernando Pessoa.
De acordo com o programa, as conversas podem partir do que fica fixado no poema, seja um detalhe, uma imagem ou uma frase que alguém diz, assim como daquilo que estes poetas, também eles leitores de poesia de outros autores, podem partilhar com os leitores.
Quanto às sessões de leitura, permitem conhecer a música e a cadência desses poemas, tal como os seus autores os ouvem dentro da cabeça, sendo que os poetas presentes leem ao vivo; dos poetas ausentes, porém, ouvir-se-á a voz gravada, seguida da tradução em português lida por atores e interpretada em Língua Gestual Portuguesa.
Na sessão de abertura, os investigadoras, escritores e tradutores convidados pela Casa Fernando Pessoa vão apresentar os poetas e dizer quem são esses escritores, como são os seus modos de escrita, o que marca os seus imaginários.
Falarão dos poetas presentes e dos ausentes, procurando dar a conhecer todo o painel, uma sessão que terá lugar no Auditório da Casa Fernando Pessoa e será transmitida em direto nas redes digitais.
Para as “Conversas”, foram organizadas entrevistas a pares de poetas e entrevistas individuais, de forma que, quando as conversas integram um poeta estrangeiro, a entrevista é gravada antes para projeção em diferido no Auditório da Casa e para transmissão nas redes digitais, e quando integram autores portugueses, acontecem presencialmente, mas também com transmissão ‘online’.
As Leituras mantêm o propósito de serem dados a ouvir os poemas nas línguas em que foram escritos, o que acontecerá no auditório com os poetas portugueses e ‘online’ com os poetas de outros países, que gravaram o som das suas leituras.
Estes fins de dia de leitura serão acompanhados por um piano tocado ao vivo no auditório.
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