A uma semana do Carnaval, a azáfama é visível nas oficinas do Carnaval de Loulé: é preciso concluir a colagem de milhares de flores de papel de seda nos 14 carros alegóricos e dar os últimos retoques em todas as personagens que vão colorir o evento, que este ano vai parodiar a “Web Summit”, cimeira tecnológica que decorreu em Lisboa.
“No total somos 50 pessoas e vai desde carpinteiros a aderecistas, serventes, ferreiros, mecânicos, eletricistas e artistas plásticos”, enumerou à Lusa Paulo Madeira, conhecido por ‘Palhó’, um dos mais antigos artistas que concebem o Carnaval de Loulé.
Contudo, explicou, o número total de pessoas que ajudam a erguer o evento de três dias ascende a mais de 100, uma vez que há um conjunto de pessoas que, não estando nas oficinas, fazem as flores que vão ser coladas nos carros a partir de casa, além das costureiras.
Apesar de os materiais utilizados na preparação dos bonecos terem vindo a evoluir nos últimos anos, ‘Palhó’ referiu que muitas das figuras são recicladas de um ano para o outro, já que os “políticos se mantêm quase sempre os mesmos”, tal como os dirigentes desportivos, que “andam no poleiro e não querem sair de lá”.
A “Web Summit” é o mote deste ano para a sátira do Carnaval de Loulé, mas os principais temas da atualidade, nacional e mundial, não são esquecidos, assim como os temas quentes do desporto, disse à Lusa Carlos Carmo, vereador com o pelouro dos Eventos e Comunicação da Câmara de Loulé.
Segundo aquele responsável, entre 80 a 100 mil pessoas deverão visitar Loulé durante os três dias de carnaval, que naquela cidade sai para a rua há mais de 100 anos, sendo um dos mais antigos corsos do país.
Contudo, isso não significa que todos os visitantes entrem no recinto do carnaval, uma vez que há uma programação variada durante os três dias do Carnaval, entre os quais, um torneio de vela, uma etapa de um campeonato de “surf” e o tradicional baile de gala, que acontece na segunda-feira, dia 12.
O baile, dedicado ao “Loulé Summit”, realiza-se no ‘palácio’ da Associação Empresarial do Algarve (NERA), na zona industrial de Loulé, local que irá transformar-se numa espécie de Panteão Nacional, onde decorreu o polémico jantar de encerramento da “Web Summit”.
Ao todo, serão 14 carros alegóricos que irão percorrer a principal avenida da cidade, nos dias 11, 12 e 13 de fevereiro, sendo retomada, este ano, a tradição de realizar o corso em três dias seguidos, no domingo, segunda e terça-feira.
Orçamentado em 300 mil euros, o Carnaval de Loulé tem uma vertente solidária, explicou Carlos Carmo, já que metade das receitas revertem a favor de instituições de solidariedade do concelho e a outra metade para as associações e os clubes que participam no carnaval com os seus grupos de animação.
“É um pouco do retorno do seu contributo, porque o Carnaval de Loulé não é só feito por profissionais, é feito também por amadores”, concluiu, sublinhando que acaba por ser um investimento na economia local e na própria comunidade.
Os desfiles arrancam às 15:00, sendo o preço das entradas de dois euros.
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