O FDNY, a servir uma cidade de cerca de 8,5 milhões de habitantes, é o maior departamento municipal nos Estados Unidos e o segundo maior no mundo, atrás do Departamento de Bombeiros de Tóquio.

Atual diretor da unidade educativa de segurança contra incêndios do FDNY, Michael Kozo ainda não era bombeiro em 2001, quando o ataque às Torres Gémeas aconteceu, numa data conhecida como 9/11 (“Nine Eleven”) nos Estados Unidos, mas encontrava-se em lista de espera, enquanto dava aulas de Educação Física numa escola primária.

A espera para entrar no departamento, como bombeiro, terminou mais cedo do que se previa, devido ao grande número de bombeiros, 343, que morreram nas operações de resgate e limpeza no “Ground Zero”, na zona dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

“Infelizmente, acho que por causa da quantidade de pessoas que morreram naquele dia ou ficaram feridas, definitivamente acelerou-se o processo de quantos bombeiros eram precisos naquele momento. Acho que isso me fez entrar um pouco mais cedo”, disse Michael Kozo à agência Lusa.

Bombeiro há 18 anos, Kozo apresentou à agência Lusa o centro de aprendizagens de Nova Iorque contra incêndios, o “Fire Zone Learning Center”, um espaço recentemente adquirido, localizado na rua 48.

Dentro do centro de aprendizagens, os instrumentos de trabalho, vídeos, simulações multimédia e multissensoriais são coisas que ajudam os 40 bombeiros reformados, que em sistema rotativo servem como guias e formadores no centro de aprendizagens, a tornarem as explicações mais interativas e interessantes.

O espaço serve para formar pessoas de qualquer idade e de qualquer país e, sendo “uma boa introdução ao trabalho dos bombeiros”, pode inspirar muitas crianças e jovens a escolherem esta profissão, considerou o capitão.

Nerisha Rivero, diretora do centro de aprendizagens - que iniciou a sua carreira na Fundação do FDNY em outubro de 2001 -, declarou à Lusa que antes do 11 de setembro não havia muito público na zona de educação e prevenção, mas a situação melhorou substancialmente depois dos atentados.

Segundo a diretora, passam diariamente pelas portas do centro de aprendizagens entre 150 pessoas a mais de 300 nos dias de maior movimento.

Para a responsável, o centro de aprendizagens “Fire Zone Learning Center” deixa sempre uma marca memorável: “Sentes que estás ajudar de alguma forma, educas as pessoas, educas as crianças, ou falas para as crianças que vieram aqui 20 anos ou 15 anos atrás”.

“Pessoas que eram pequenas na altura do 9/11 [há 20 anos] regressam” e “lembram o que aprenderam e recordam-se dos bombeiros com quem falaram”, disse Nerisha Rivero à Lusa.

A responsável também considerou que o departamento pode ter visto um “grande aumento” de pessoas que se decidiram “na escolha de carreiras” e se quiseram tornar bombeiros ou, na tradução da palavra inglesa, combatentes do fogo, depois do cenário de destruição que viram em Nova Iorque em 2001.

Michael Kozo lembrou também que os bombeiros, socorristas e todos os trabalhadores na linha da frente depois do desastre são vistos como heróis: “as pessoas param constantemente nos postos de bombeiros para agradecer”.

Principalmente nos auspícios de cada aniversário de 11 de setembro, sendo hoje o vigésimo aniversário, “as pessoas vêm com flores e velas” aos postos de bombeiros.

Localizado entre a 5.ª e 6.ª avenida, na rua 48, o centro de aprendizagens retrata a estação número 55 do departamento da cidade, tendo um veículo de combate a incêndios onde todos os visitantes podem entrar e sentar.

Destaca-se também um pequeno anfiteatro, onde estão construídos diversos cenários e partes da casa, onde um projetor e um sistema de som ilustram incêndios que podem acontecer em casa com equipamentos caseiros.

As características modernas tornam a experiência “muito realista” para os que entram e o centro de aprendizagens “deu uma ajuda tremenda” na educação para a prevenção e segurança em situações de fogo, defendeu Michael Kozo.

Nas palavras do capitão, a “zona de fogos” é uma “combinação de coisas”, que, além da prevenção para os incêndios residenciais, é também “uma boa introdução” ao que se faz no corpo de bombeiros: “Pode sentar-se dentro do veículo, ter luzes e sirenes ligadas e pode ver-se como se põe a água a correr”.

As boas-vindas a pessoas de todas as origens são também ilustradas com a coleção de distintivos de bombeiros de todos os países, exposta nas paredes brancas e que dificilmente deixam algum espaço para novos emblemas que chegam pela mão de visitantes que querem deixar a sua marca.

O Fire Zone tem um sistema de identificação dos distintivos existentes, demonstrou Michael Kozo num dos computadores disponibilizados à entrada, com a pesquisa por emblemas de bombeiros portugueses a dar o resultado de cerca de 10 entidades, desde Aveiro, Entre-os-Rios, Fanhões, Lisboa, Trafaria ou Valadares.

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