Após a visita esta quinta-feira à Creche “Centro Infantil Maria de Monserrate”, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho adiantou que já foram realizados "mais de 15 mil testes a trabalhadores das creches", por forma a preparar a reabertura destes estabelecimentos na próxima segunda-feira, 18 de maio.

A ministra destacou a "grande mobilização das instituições para implementar as orientações emitidas" pela Direção-Geral da Saúde para a retoma da atividade das creches e afirmou que os pais vão, "até ao final de maio", manter o apoio excecional às famílias para melhor poderem gerir este processo de regresso à normalidade.

O apoio aplica-se aos trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores independentes e do serviço doméstico que faltem ao trabalho para assistência a filhos (ou menores a cargo), menores de 12 anos, ou com deficiência/doença crónica independentemente da idade, devido ao encerramento do estabelecimento de ensino determinado pela autoridade de saúde ou por decisão do Governo.

António Costa, que marcou também presença, salientou que o Governo recebeu mensagens muito díspares sobre a reabertura das creches, com pais a pedir que a retoma fosse célere para assim poderem regressar ao trabalho e outros a pedirem que tal não tivesse lugar por forma a proteger-se a saúde das crianças em tempo de pandemia.

Foi isso, aliás, que fez com que estes estabelecimentos não tivessem abrangidos na primeira fase de reabertura da economia, a 4 de maio. "Percebemos desde o princípio que para darmos este passo era necessário e fundamental que os pais se sentissem seguros", explicou.

Reiterando a informação prestada pela ministra do Trabalho e Segurança Social, António Costa adiantou que "nesta primeira quinzena de reabertura se vai manter o apoio à família, para os pais poderem escolher se ainda ficam em casa ou se colocam já as crianças nas creches, ou se os colocam [as crianças] poucas horas na creche para se irem adaptando".

Foi também para promover a confiança de profissionais e famílias que o Governo decidiu avançar com testes de diagnóstico "nas cerca de 19 mil pessoas que trabalham nas creches de todo o país. Foram já realizados 15 mil testes. Hoje e amanhã continuaremos a realizar este trabalho de forma a que quando as creches abrirem na segunda-feira já todas as pessoas estejam testadas".

A Direção-Geral da Saúde publicou esta quarta-feira as orientações que devem ser seguidas pelas creches que reabrem no início da próxima semana. O documento que não refere nenhum tipo de distanciamento social entre crianças durante as atividades, ao contrário do que tinha vindo a ser sugerido nos últimos dias, mas define uma redução dos alunos por sala e, sobretudo, o reforço das medidas de higienização. Conheça as medidas:

  • Antes da abertura, todos os espaços devem ativar e atualizar os seus Planos de Contingência, que devem contemplar os procedimentos a adotar perante um caso suspeito de COVID-19 e a definição de
    uma área de isolamento;
  • Deve ser garantida uma redução do número de crianças por sala de forma a que
    seja maximizado o distanciamento entre as mesmas, sem comprometer o normal funcionamento das
    atividades lúdico-pedagógicas;
  • Quando as crianças estão em mesas, berços ou espreguiçadeiras, deve ser maximizado o
    distanciamento físico entre elas;
  • As crianças e funcionários devem ser organizados em salas fixas, sendo que a cada funcionário deve corresponder apenas um grupo, e os espaços devem ser definidos de acordo com a divisão, para que não haja contacto entre pessoas de grupos diferentes;
  • Para evitar o cruzamento entre pessoas, a orientação estabelece a definição de horários de entrada e de saída desfasados e a definição de circuitos de entrada e saída da sala de atividades para cada grupo;
  • O documento refere que o calçado deve ser deixado à entrada, nas salas em que as crianças se sentam
    ou deitam no chão, podendo ser solicitado aos encarregados de educação que levem calçado extra (de
    uso exclusivo na creche). Uma orientação que também se aplica aos funcionários do espaço;
  • Os funcionários devem pedir aos encarregados de educação que não deixem as crianças levar brinquedos ou outros objetos não necessários de casa para a creche e garantir a lavagem regular dos brinquedos;
  • Garantindo que a segurança das crianças não fica comprometida, as portas e/ou janelas das salas devem ser mantidas abertas, para promover a circulação do ar;
  • Na hora da sesta, deve existir um colchão para cada criança e garantir que usa sempre o mesmo, separando os colchões uns dos outros e mantendo a posição dos pés e das cabeças alternadas;
  • No período de refeições, a deslocação para a sala deve ser faseada para diminuir o cruzamento de
    crianças e os lugares devem estar marcados;
  • A orientação estabelece que todos os funcionários devem usar máscara cirúrgica de forma adequada e que o espaço deve ser higienizado de acordo com as normas definidas pela DGS.