
“Há uma promessa de ajuda para o resto do ano e espera-se que 1,8 milhões (de projéteis de alto calibre) sejam enviados até ao final do ano”, disse Pavel numa conferência de imprensa conjunta com Zelensky, no Castelo de Praga.
Pavel lembrou que 11 países financiam esta iniciativa, que consiste na compra de munições excedentárias fora da Europa, sendo o Canadá, os Países Baixos e a Dinamarca alguns dos principais patrocinadores.
Esta não é a única ajuda que Kiev recebe dos aliados ocidentais em termos de munições, embora “seja a maior”, e permite um maior equilíbrio de forças no campo de batalha, salientou o Presidente da República Checa, país aliado da Ucrânia desde o início do conflito, prestando assistência militar, humanitária e financeira.
Com estes carregamentos, a proporção de forças passou de 10:1 para 2:1, o que dificulta o avanço do exército russo, disse Pavel, que foi chefe das Forças Armadas do seu país e presidente do Comité Militar da NATO.
Praga já deu cerca de 1.500 milhões de euros em ajuda militar direta e cerca de 6.000 milhões em assistência financeira e humanitária a Kiev, além de acolher quase meio milhão de refugiados.
Também enviou aviões, tanques, veículos de combate de infantaria, veículos de investigação química e veículos especiais de defesa aérea.
O Presidente ucraniano, que repetiu nesta conferência de imprensa que não acredita que a Rússia respeite uma anunciada trégua de três dias coincidindo com as celebrações em Moscovo dos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, também sondou a possibilidade de construir um centro de treino de pilotos F16 em Praga.
“Tentamos colaborar, especificamente, para criar um centro de treino para pilotos de F-16. Como não podemos fazê-lo em território ucraniano, porque estamos expostos a ataques russos, queremos construir esse centro fora da Ucrânia”, disse Zelensky.
Para a Ucrânia, outra questão pendente será a reconstrução da rede hospitalar, que foi seriamente danificada pela guerra.
Este será o tema de uma conferência, na segunda-feira, no Centro de Congressos, um encontro sob os auspícios da primeira-dama, Eva Pavlová, e que contará com a presença da sua homóloga ucraniana, Olena Zelenska.
Sobre a possibilidade de uma trégua de três dias nos combates, a partir de quinta-feira, Zelensky disse que “não é o primeiro desafio, nem as primeiras promessas feitas pela Rússia de um cessar-fogo”.
“Sabemos com quem estamos a lidar, não acreditamos neles”, disse aos jornalistas em Praga.
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