“O ministro da Saúde decidiu mentir e manipular a informação”, afirma o Sindicato Independente dos Médicos numa nota divulgada hoje, na qual refuta as declarações de Adalberto Campos Fernandes que indicou no parlamento que os internos que já acabaram a especialidade e que aguardam concurso estão a trabalhar nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirmou que pelo menos 200 desses médicos recém-especialistas que aguardam há meses pela abertura de um concurso já saíram do sistema.
“Esta foi a primeira falsidade do ministro da Saúde. Mais de duas centenas [saíram] garantidamente. Mais de uma centena para o estrangeiro e mais de uma para as parcerias público-privados e para o privado puro e duro. Dos 700 já teremos perdido 200 pelo menos”, declarou Roque da Cunha.
Na quarta-feira, o ministro da Saúde reagiu no parlamento às críticas sobre o atraso nos concursos para os médicos internos que concluíram a especialidade em abril e outubro, garantindo que serão lançados “dentro de dias” e que esses clínicos “estão a trabalhar e estão no sistema”.
Segundo o Sindicato dos Médicos, o ministro cometeu outras “falsidades”: “Não falta apenas ‘tomar posse enquanto especialistas’. O ministro da Saúde sugeriu assim que os médicos recém-especialistas estão já nos hospitais e falta apenas tomar posse quando, na verdade, os que ainda estão no SNS, estão nos hospitais do internato, faltando a colocação nos hospitais em que venha a haver vagas no concurso”.
Só em relação aos jovens médicos anestesistas, Roque da Cunha indica que concluíram a especialidade cerca de 80 clínicos e que “pelo menos 50 já estão fora do sistema”, lembrando o sindicalista que é uma especialidade com especiais carência e necessidade de profissionais.
O SIM acusa o ministro da Saúde de, “com propaganda, tentar tapar o sol com a peneira”.
Esta semana, também a Ordem dos Médicos se veio pronunciar sobre o atraso no lançamento dos concursos para os cerca de 700 especialistas, classificando a situação como “uma vergonha nacional”.
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