O estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, "Os jovens em Portugal, hoje: quem são, o que pensam e o que sentem", que pretende traçar um retrato dos jovens portugueses, revela que 23% dos inquiridos já tentaram suicidar-se ou tiveram pensamentos suicidas.

Laura Sagnier, co-autora do estudo, diz que este é um dado “muito preocupante”, com muita expressividade e que pode ser lido em paralelo com outros, como o consumo de antidepressivos. Mais de um quarto (26%) dos jovens inquiridos afirmam que estão a tomar ou já tomaram medicamentos para a depressão ou ansiedade.

Linhas de apoio emocional e prevenção de suicídio

Caso tenha pensamentos suicidas ou conheça alguém que revela sinais de alarme, fale com o médico assistente. Se sentir que os impulsos estão fora de controlo, ligue 112.

Outros contactos:

SOS Voz Amiga
(diariamente, das 15h30 às 00h30)
213 544 545
912 802 669
963 524 660
direcao@sosvozamiga.org

Conversa Amiga
(diariamente, das 15 às 22h)
808 237 327
210 027 159

SOS Estudante
(diariamente, das 20 às 01h)
239 484 020

Voz de Apoio
(diariamente, das 21h às 24h)
225 506 070

Telefone da Amizade
(diariamente, das 16h às 23h)
228 323 535

Telefone da Esperança
(diariamente, das 20h às 23h)
222 080 707

Departamento de Psiquiatria de Braga
253 676 055

Escutar- Voz de apoio
225 506 070

SOS Telefone Amigo
239 721 010

A Nossa Âncora
219 105 750
219 105 755

Brochura do INEM
Ler aqui.

“O suicídio está muito relacionado com o facto de o jovem ter ou não uma relação satisfatória com os pais. Se os dividirmos em dois grupos, no grupo dos que se sentem satisfeitos com a mãe e o pai, a taxa de tentativa ou pensamentos suicidas é 15%; e esta aumenta para 31% entre aqueles que não têm uma boa relação com um ou os dois pais”, explica Sagnier.

ao Público, o sociólogo Vítor Sérgio Ferreira diz ser preciso “especular” para compreender estas taxas.  “O contexto de instabilidade, de insegurança que os jovens de hoje sentem em relação ao futuro, a dificuldade de projectar algumas metas sociais, de arranjar emprego, de ter um salário digno, de autonomizar-se da casa dos pais [57% dos inquiridos dizem ainda viver na casa dos pais ou de outros familiares]".

“Este contexto pode gerar sentimentos de frustração, de mau estar, de ansiedade perante o futuro", explica.

O estudo inquiriu 4904 jovens entre os 15 e os 34 anos.