A abertura solene das comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril arrancou a 23 de março, incluindo a condecoração de 30 militares da “revolução dos cravos” com a Ordem da Liberdade, por Marcelo Rebelo de Sousa.

Dos condecorados no grau de Grande-Oficial, a maioria é do Exército e nove receberam esta condecoração a título póstumo.

Contudo, segundo o Expresso, as condecorações não vão ficar por aqui. O presidente da República vai deixar para o fim das celebrações, em 2024, as condecorações mais polémicas, como é o caso de Costa Gomes, Spínola, Rosa Coutinho e Vasco Gonçalves.

Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, fez a primeira proposta de condecorações — uma lista com centenas de nomes de oficiais e tropas — no primeiro mandato de Ramalho Eanes em Belém, mas cerca de 200 ficaram até agora de fora.

Marcelo terá agora aceitado avançar com o processo e assim “acaba por ser quem faz a justiça de condecorar todos”, diz Vasco Lourenço ao semanário.

Sobre as polémicas que envolvem estas figuras, como no caso da participação no Verão Quente de 1975, o presidente da Associação 25 de Abril não fala. "Recusei-me a entrar na avaliação das atitudes pós-25 de Abril. Aí eu não entro", afirmou ao Expresso, dizendo que a lista de personalidades entregue aos vários Presidentes da República analisa apenas "o papel de cada militar na conspiração e nas ações da operação" que possibilitou a revolução dos Cravos.

Desde que a lista foi feita pela Associação, Ramalho Eanes condecorou 50 militares, incluindo Otelo Saraiva de Carvalho, Mário Soares destacou apenas alguns oficiais, Jorge Sampaio atribui 17 condecorações a militares e Cavaco Silva não condecorou nenhum dos nomes da lista de Vasco Lourenço, mas atribuiu a Ordem da Liberdade a Carlos Beato, um dos alferes da coluna liderada por Salgueiro Maia.