“Este é o maior deslocamento na região desde o início do conflito”, disse o porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Andrey Mahecic, numa conferência de imprensa, especificando ainda que os números podem variar.

“Os números são muito difíceis de verificar porque os deslocamentos são constantes, já que a linha de batalha também é permanentemente modificada”, explicou.

Por seu lado, o Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou que prestou assistência de emergência a mais de 200 mil pessoas, mas que a situação é cada vez mais séria, já que quase todos os colaboradores com quem trabalhavam no terreno tiveram de fugir.

O escritório do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos uniu-se ao PAM e ao ACNUR ao solicitar à Jordânia a reabertura das suas fronteiras para acomodar os deslocados, pedindo ainda a colaboração de outros países da região e aceitarem refugiados.

Mahecic enfatizou que estão cientes de que 10% da população jordana é composta por refugiados sírios, sendo mais de 650.000 pessoas registadas, mas apelaram à solidariedade para receberem os deslocados.

Na semana passada, as forças do Governo sírio e os seus aliados começaram a cercar os rebeldes na cidade de Deraa, uma das últimas áreas com a presença de fações armadas no sul do país.

Apesar das tentativas de chegar a um cessar-fogo através da Rússia – aliada do regime de Damasco — entre o Governo e os rebeldes, os combates continuam na Síria, numa guerra que dura desde março de 2011.