Os agentes detiveram dezenas de ambientalistas que planeavam ações ao longo do percurso do cortejo real, mas também pelo menos seis ativistas antimonárquicos, incluindo o líder do movimento República, Graham Smith, que tinha organizado uma manifestação em Trafalgar Square.

Ao final da tarde, a Polícia Metropolitana de Londres declarou que 52 pessoas continuavam detidas por conduta desordeira e que tinha "recebido informações de que os manifestantes pretendiam perturbar o cortejo da coroação".

A Scotland Yard afirmou que "a informação incluía que os indivíduos pretendiam tentar vandalizar monumentos com tinta, quebrar barreiras e perturbar a deslocação oficial".

A alegação parece aplicar-se ao tipo de ações do movimento ambientalista Just Stop Oil, cujos ativistas foram detidos, mas não explica explicitamente a detenção de antimonárquicos cujos cartazes "Not my King" ("Não é o meu rei") foram apreendidos.

Todavia, a ação policial não impediu que centenas de apoiantes republicanos se manifestassem à passagem do cortejo real, uma presença limitada e inimaginável durante o reinado de Isabel II.

A ação da polícia, que mobilizou mais de 11.000 agentes, foi criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.

A ministra britânica Suella Braverman agradeceu o "trabalho árduo" da polícia em controlar as ações de protesto, conforme reportou o The Guardian.

"Gostaria de agradecer à polícia por todo o trabalho árduo na celebração de hoje, para garantir que fosse segura e passasse sem incidentes", disse.

"Foi uma magnífica procissão e cerimónia, apreciada por dezenas de milhares de pessoas em Londres. Foi uma grande homenagem ao nosso país e monarquia".

A operação ocorreu dias depois de ter sido aprovada uma nova e polémica lei que reforça os poderes da polícia para combater protestos.

"Temos o dever de intervir quando as manifestações se tornam criminosas e correm o risco de causar graves perturbações", declarou Karen Findlay, que coordenou a operação policial, citada no comunicado da polícia.

"A coroação é um acontecimento único numa geração e isso é uma parte fundamental da nossa avaliação", acrescentou.

Em Glasgow, na Escócia, os apoiantes da independência escocesa manifestaram-se para exigir o fim da integração no Reino Unido e mostrar a sua oposição à coroação de Carlos III.

(Artigo atualizado às 19h13)

*Com Lusa