Joe Berardo avançou com uma ação em tribunal contra os bancos e exige €900 milhões de euros: €800 milhões para compensar a Fundação José Berardo, e €100 milhões por danos morais.
De acordo com o Diário de Notícias, a ação deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa contra o BCP, CGD BES e Novo Banco. Berardo acusa ainda o governo de "conluio" para ficar com a coleção de arte.
Berardo acusa BCP, CGD, BES e o Novo Banco de não o terem informado sobre o estado dos bancos e do sistema financeiro nacional antes de este ter pedido um empréstimo para comprar ações. Diz ainda que houve um "conluio" dos bancos com o Estado para se apropriarem "ilegitimamente" da Coleção Berardo.
Joe Berardo reclama que foi enganado pelas instituições financeiras, nomeadamente "acerca das circunstâncias relativas à situação interna dos bancos - especialmente o BCP - e do sistema financeiro português, em que a Fundação contraiu empréstimos para a aquisição de participação qualificada no BCP". E culpa-as por as ações empenhadas como garantia dos empréstimos terem perdido valor sem que os bancos cumprissem "a obrigação de as executar na altura devida".
Considerando que já não tem qualquer valor em dívida, "por terem já sido vendidas as ações do BCP empenhadas e aplicado o produto da venda no pagamento dos créditos dos bancos", Berardo alega ter sido vítima de "uma verdadeira subversão da realidade, manipulada pelos bancos, ao serviço da sua desresponsabilização e em conluio com o Estado, ao serviço da ilegítima pretensão de apropriação da Coleção Berardo".
O empresário pede uma indemnização de 100 milhões pela "denegrição pública da sua imagem como empresário e como pessoa" e uma de 800 milhões para a Fundação José Berardo que se viu "despojada" para cobrir as dívidas contraídas junto dos bancos.
Em junho do ano passado, após a detenção de Berardo e do seu advogado, a PJ explicou que o grupo de sociedades associadas a Berardo, "entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a Caixa Geral de Depósitos, no valor de cerca de 439 milhões de euros" que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP. Há suspeitas de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.
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