O Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, perdoou e comutou hoje penas a mais de 140 pessoas, entre elas o antigo conselheiro Steve Bannon, a poucas horas de terminar o mandato.

No total, Trump concedeu perdões a 73 pessoas e comutou penas a outras 70, numa lista que inclui ex-membros do Congresso, aliados políticos, membros da sua família e até o famoso 'rapper' Lil Wayne.

Steve Bannon foi um conselheiro chave na campanha presidencial de Donald Trump em 2016 e este perdão, segundo a CNN e o The New York Times, poderá ser uma tentativa de o proteger de um julgamento por fraude marcado para maio. Bannon foi preso em agosto de 2020 e acusado de desviar mais de um milhão de dólares da campanha "We build the wall" [Nós construímos o muro], cujas doações eram destinadas à construção do muro na fronteira com o México.

Já os rappers Lil Wayne e Kodak Black, também entre os perdoados por Trump, enfrentavam acusações de posse ilegal de armas.

Na lista de perdões destaca-se ainda o nome de Elliott Broidy, um angariador de fundos republicano que se confessou culpado no ano passado de conspirar para violar as leis de lobby internacional, como parte de uma campanha para influenciar o governo norte-americano em nome de interesses chineses e malaios.

O mayor Kwame Kilpatrick, que cumpria uma pena de 28 anos de prisão por corrupção é também um dos perdoados por Trump. Outras 70 pessoas viram as suas penas comutadas.

Os grandes ausentes desta lista de perdões presidenciais são o próprio Donald Trump, o seu antigo advogado pessoal, Rudy Giuliani, ou Julian Assange, cujo nome foi também alvo de especulação.

Estas são as últimas horas de Donald Trump na Casa Branca, com o democrata Joe Biden a tomar posse hoje como Presidente dos EUA — numa Washington deserta, por causa da pandemia, e invadida por 25 mil soldados, por receios de segurança depois da invasão do Capitólio.