O nome Zoë Roth poderá não dizer nada à maioria das pessoas, mas a realidade é que a probabilidade de ter dado com a sua fotografia é muito alta e tende a aumentar se passar muito tempo na Internet. A história de como tudo surgiu é contada pelo The New York Times.

Em 2005, num sábado de manhã, Roth e família foram ver uma casa em chamas no bairro de Mebane, Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Mas, ao contrário do se podia esperar, apesar do aparato, não havia ninguém em perigo. Os bombeiros tinham intencionalmente ateado o incêndio. Foi por isso que a vizinhança se reuniu e os bombeiros permitiram que as crianças se revezassem a segurar a mangueira.

Acontece que no momento em que a pequena Zoë, na altura com apenas 4 anos, estava a observar as chamas a engolir a casa, o pai, fotógrafo amador, pediu para que esboçasse um sorriso. Com o cabelo despenteado e o olhar fixo na lente da câmara do pai, a menina a modos que exibiu um sorriso diabólico enquanto o fogo rugia como pano de fundo. E, literalmente num clique, tinha nascido a "Disaster Girl”.

Dave Roth, pai de Zoë, participaria depois num concurso de fotografia em 2007. E não só participou, como ganhou, precisamente com a famosa foto. E famosa porquê? Porque a imagem foi editada em vários desastres da história. Há memes em que a pequena aparece no meio de um meteoro a limpar os dinossauros da superfície da terra ou à distância dos lavatórios do Titanic.

Atualmente, mais de uma década depois de a sua imagem ser infinitamente publicada e manipulada, a já não tão pequena Zoë vendeu a cópia original do seu meme enquanto NFT (ativos digitais que representam uma série de produtos colecionáveis tangíveis e intangíveis: obras de arte, cartas desportivas, cartas Pokémon e semelhantes, GIFS, vídeos, imagens, ténis, entre outras coisas) por quase meio milhão de dólares.

De acordo com o NYT, o meme foi vendido por 180 Ether (uma criptomoeda tipo Bitcoin) num leilão a 17 de abril a um utilizador identificado como @3FMusic. Como acontece com qualquer moeda, o valor do Éter flutua, mas segundo as contas do jornal, 180 Ether's valiam aproximadamente 495.000 dólares (413 mil euros) na altura da compra. Pequena nota: a família continua os direitos de autor e vão receber 10% das vendas futuras da imagem.

Em entrevista, Zöe confessou que vender o meme era uma maneira de assumir o controlo de uma situação sobre a qual se sentia impotente desde que andava na escola primária.

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