O ministério da Educação reconheceu hoje que houve “uma falha no algoritmo que fez com que docentes não fossem colocados devidamente”, revelou o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), Pedro Barreiros, no final de uma reunião em que esteve também presente a nova Diretora-Geral da Administração Escolar (DGAE).

“A situação vai ser corrigida para que todos estes professores possam ser colocados nas escolas para as quais efetivamente concorreram”, disse Pedro Barreiros, em declarações aos jornalistas.

Também ao secretário-geral adjunto da Fenprof, José Feliciano da Costa, foi reconhecida a falha e garantida que a situação estava a ser corrigida.

Na reunião, liderada pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, foram apresentadas “duas ou três medidas importantes”, revelou José Feliciano Costa à saída do encontro.

Segundo José Feliciano Costa, a nova diretora explicou que 91 professores não obtiveram colocação por falhas no sistema, estando agora a ser contactados para saber “se estão satisfeitos”.

Caso prefiram, a situação será corrigida, uma vez que houve “um erro da administração, que foi admitido”, acrescentou o sindicalista em declarações aos jornalistas.

Pedro Barreiros acrescentou que a DGAE “está a trabalhar para encontrar solução para poderem ser afetos a um dos novos 63 Quadros de Zona Pedagógica (QZP) e, consequentemente, serem colocados numa escola”.

Outra das situações detetadas que a tutela diz estar a resolver prende-se com outro grupo de 44 professores que agora deveriam entrar para os quadros, uma vez que já tinham três anos consecutivos de contratos anuais.

Estes professores tinham de concorrer a todos os QZP e a todos os Quadros de Agrupamento (QA) para garantir a sua vinculação, no entanto, não concorreram a todas as escolas, ficaram de fora e as regras estabelecem que ficam impedidos de concorrer.

Num momento em que se debate um plano para reduzir o número de alunos sem aulas, “houve a garantia de que estes professores iriam ser contactados. Por isso, estejam alerta”, disse José Feliciano Costa, explicando que lhes serão propostas as vagas que não foram ocupadas ou que foram rejeitadas por outros colegas.

Também a situação dos docentes das escolas do Ensino Artístico Especializado, cujo concurso já deveria ter sido aberto, será em breve resolvido, acrescentou José Feliciano Costa.

“A informação que nos deram é que os contratos dos professores destas escolas vão ser prorrogados e depois haverá o concurso, normalmente”, revelou o secretário-geral adjunto da Fenprof, em declarações aos jornalistas à saída da reunião.

Pedro Barreiros criticou o facto de ainda estarem a decorrer concursos, “fazendo com que os professores só em meados ou final de agosto saibam quais as escolas em que vão lecionar no próximo ano letivo”.

A FNE diz ter conseguido da tutela a “garantia de que irão trabalhar para que no futuro os professores saibam atempadamente quais são as suas colocações e as escolas onde vão trabalhar no ano seguinte”.

Sobre as recentes declarações do ministro da Educação que anunciou a vontade de alterar o diploma de concursos, a FNE defendeu que “nem tudo está mal”, e que os aspetos positivos devem continuar inalterados, como é o caso da graduação profissional.