A associação, que coordena a luta dos povos originários pelos seus direitos, reportou 446 casos de infeção e 92 mortes entre os povos indígenas afetados.
“É com assustadora velocidade que o vírus chega aos territórios indígenas de todo o país”, afirmou a APIB em comunicado.
A maioria das infeções pelo novo coronavírus foi registada na Amazónia brasileira, onde está localizada a maioria das tribos isoladas.
Na quinta-feira, a Comunidade Parque das Tribos-Tarumá despediu-se do cacique Messías Kokama, considerado o principal líder indígena da cidade de Manaus (capital do estado do Amazonas), que morreu devido ao novo coronavírus, aos 53 anos.
Os índios não puderam prestar homenagem através dos seus rituais tradicionais, tendo a cerimónia fúnebre sido feita com o caixão fechado e coberto por plástico, para evitar qualquer contaminação, observou um fotógrafo da AFP.
A APIB indicou que foram também registados casos de infeção em tribos do sul do Brasil, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, assim como nas regiões nordeste e centro-oeste.
O Brasil tem visto a sua curva de contaminação aumentar exponencialmente, com 202.918 casos confirmados e 13.993 óbitos registados até quinta-feira.
A progressão do novo coronavírus favoreceu invasões a terras indígenas por parte de madeireiros e extratores ilegais de minérios, referiu hoje a organização não-governamental Survival International.
A ONG denunciou invasões em quatro localidades de quatro estados da Amazónia brasileira, incluindo o Amazonas, perto da fronteira com o Peru, onde há uma grande concentração de populações indígenas isoladas.
“O Presidente (brasileiro), Jair Bolsonaro, com o seu discurso racista e as suas medidas anti-indígenas, promove uma onda de invasões”, acrescentou a ONG.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 304 mil mortos e infetou perto de 4,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.
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