“Neste momento, temos oito municípios com localidades a receber água por autotanque, num total de cerca de 10 lugares”, afirmou o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, no final de uma reunião em Évora.

O governante presidiu a uma reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul, da Comissão de Gestão de Albufeiras, sobre a situação da seca, e que contou com a presença de autarcas e de representantes de diversas entidades.

Os problemas no abastecimento de água, na região do Alentejo, já chegaram a abranger um total de “quase cinco mil pessoas”, disse Carlos Martins aos jornalistas.

Mas, atualmente, considerando as 10 povoações afetadas, rondam os “dois mil” habitantes, porque, entretanto, foram abertos vários novos furos, “com sucesso”, frisou.

Os concelhos com localidades cujos depósitos são abastecidos com recurso a autotanques das corporações de bombeiros são o Alandroal, Almodôvar, Arraiolos, Avis, Borba, Mértola, Odemira e Ourique, distribuídos pelos distritos de Beja, Évora e Portalegre.

“Diretamente relacionados com escassez de água, temos problemas, sobretudo, em pequenas povoações que têm captações subterrâneas”, explicou Carlos Martins.

E, nesses casos, continuou, o problema “vai prolongar-se”, independentemente de quando ocorram as primeiras chuvadas.

Mesmo que “comece a chover, como a velocidade de escoamento para recarregar os aquíferos é muito lenta, essa escassez ainda se vai manter para além das primeiras precipitações”, precisou.

“De qualquer maneira, as pessoas não terão uma grande sensibilidade ao assunto porque são recarregados os reservatórios e a água continua a chegar às torneiras dos clientes com normalidade”, sublinhou.

Na gestão dos volumes de água armazenada nas albufeiras com dupla função, rega agrícola e abastecimento, e que estão com níveis reduzidos, afiançou o secretário de Estado, “o primeiro critério de prioridade é o abastecimento público às populações”.

A reunião realizada hoje em Évora esteve também centrada na situação da barragem da Vigia, em Redondo, que serve para rega e para abastecimento público e que se encontra com 14% da sua capacidade de armazenamento.

Relativamente a esta albufeira, que é a que “causa grandes preocupações e problemas”, disse Carlos Martins, as conclusões são que, “de uma maneira geral, a agricultura consumiu um pouco mais do que aquilo que era a cota” fixada, mas, “ainda assim, sem pôr em perigo aquilo que é essencial, que é o abastecimento público”.

Segundo o governante, na 2.ª quinzena deste mês, a associação de regantes desta barragem vai ter de “corrigir os consumos um pouco excessivos da 1.ª quinzena”, passando de 37 mil metros cúbicos de água usada diariamente na rega (estavam fixados 30 mil metros cúbicos/dia) para 20 mil metros cúbicos diários.

Esta correção vai possibilitar que, a 31 de agosto, exista “um volume de disponibilidade hídrica” suficiente para garantir “dois anos de abastecimento público”.

E, a partir de 15 de setembro, acrescentou, a albufeira poderá cessar a rega e “começar a recuperar o volume” normal, graças ao abastecimento de água através do Alqueva e ao decorrer do ano hídrico, disse.

A próxima reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul sobre a situação da seca ficou agendada para “a primeira semana de setembro”.

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