Segundo o Expresso, o Patriarcado de Lisboa recebeu uma lista com os nomes de padres suspeitos de abusos sexuais na Igreja Católica, enviada por um sacerdote identificado como 'Cardoso', nome fictício.

O mesmo padre disse em abril à Comissão Independente que estuda os abusos sexuais na Igreja que tinha suspeitas sobre sacerdotes, alguns deles ainda no ativo. No total, foram apresentados 12 casos.

Ao semanário, referiu que "é uma lista mais pequena, circunscrita aos padres de Lisboa, com o nome e dados sobre sete sacerdotes".

"A pedido da Comissão Diocesana de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa, o padre 'Cardoso' fez chegar um documento onde são referidos sete alegados casos, todos ocorridos há décadas. Desses, quatro são públicos, dois são atribuídos a sacerdotes já falecidos e um dos casos refere-se a um sacerdote que já não exerce o ministério", confirmou o Patriarcado de Lisboa.

"O documento está a ser analisado pela Comissão de Proteção de Menores e também foi entregue às autoridades civis competentes", foi ainda referido.

Em comunicado hoje divulgado, na sequência da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) realizada na segunda-feira, é revelado que “com a presença de membros da Comissão Independente e do Grupo de Investigação Histórica sobre os arquivos das dioceses e das congregações religiosas, o Conselho fez o ponto da situação e foi informado em relação ao estado atual do processo de estudo sobre os abusos sexuais de crianças na Igreja Católica”.

“A Comissão Independente concluirá o relatório deste estudo em finais de dezembro, prevendo-se a sua divulgação pública para meados de janeiro de 2023”, adianta o comunicado.

A CEP decidiu criar, no final de 2021, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, e que iniciou os trabalhos no início deste ano, tendo já recebido cerca de 400 denúncias, algumas das quais encaminhou para o Ministério Público.