“O Comité de Membros determinou, por unanimidade”, a conclusão da investigação, na terça-feira, “não sendo requerida nenhuma medida” contra o presidente. “John Bailey permanece como presidente da Academia”, lê-se no comunicado da instituição, citado pelas agências internacionais.

Embora as primeiras notícias sobre este caso tivessem apontado para a existência de três acusações, a Academia garante só ter recebido uma, sobre a qual foi feita a investigação.

No final da semana passada, numa mensagem enviada aos membros da Academia, Bailey desmentiu as acusações entretanto denunciadas, que dizem respeito a situações supostamente ocorridas há mais de dez anos, e assegurou que nunca se comportou de maneira inadecuada.

“Diz-se que tentei tocar uma mulher inapropiadamente, enquanto ambos nos deslocávamos para um ‘set’ de filmagens. Tal não aconteceu”, garantiu. A existência de várias queixas à Academia “sobre o meu comportamento são falsas e só têm servido para danificar a minha carreira de 50 anos”, acrescentou o presidente da Academia, na sua mensagem.

Diretor de fotografia, Bailey tem o nome associado a filmes como “Gente Vulgar”, “Os Amigos de Alex”, “American Gigolo”, “Feitiço do Tempo”, “Laços de Ternura” e “Melhor É Impossível”.

Com 75 anos, John Bailey foi eleito presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, em agosto.

No passado dia 16, a revista Variety noticiou que a Academia tinha recebido três queixas de assédio sexual, tendo aberto de imediato uma investigação.

Em comunicado citado pela Variety, a Academia afirmava que “trata qualquer queixa confidencialmente para proteger todas as partes”.

O Comité de Membros analisa as queixas “de acordo com o Código de Conduta e, depois de concluir as avaliações, reporta ao Conselho de Governadores”, lia-se então no comunicado. “Não iremos fazer mais comentários até a investigação estar concluída”.

Em outubro, a Academia expulsou o produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio, agressão sexual e violação por mais de 30 mulheres.

Em dezembro, aquela organização estabeleceu um código de conduta, que determina que os seus membros podem ser castigados ou expulsos por comportamentos de abuso, assédio ou discriminação.

Além disso, já este ano, a Academia decidiu substituir o ator Casey Affleck, envolvido em dois processos judiciais por assédio sexual em 2010, como apresentador do Óscar de Melhor Atriz. Foi a primeira vez que o Óscar de Melhor Atriz não foi entregue pelo vencedor da categoria de Melhor Ator do ano anterior.

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