“Dar este passo de voltar a eleger aqui nos Açores, de ter mais votos, mais percentagem e mais eleitos, para nós é um sinal de grande confiança para a batalha que vamos ter um mês e meio depois”, afirmou, em declarações à Lusa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Na véspera do arranque da campanha eleitoral nos Açores, Paulo Raimundo percorreu as ruas de Angra do Heroísmo, acompanhado pelo primeiro candidato da CDU pela ilha Terceira, Pedro Bartolomeu, e pela cabeça de lista pelos círculos do Faial e da compensação, Paula Decq Mota, para pedir que a coligação PCP/PEV volte a eleger um deputado nos Açores.

“Sem o deputado da CDU na assembleia regional, a voz do povo, a voz destes problemas concretos com que fomos confrontados, fica fora da assembleia”, frisou.

A CDU, que chegou a ter dois deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, não conseguiu obter mandatos em 2020.

“Confiante” no regresso ao parlamento açoriano, o secretário-geral do PCP desvalorizou a perda de votos nas últimas eleições nacionais.

“A única experiência eleitoral que tivemos depois das eleições legislativas de 2022 foi a batalha na Madeira e a verdade é que quando todas as sondagens diziam que íamos desaparecer do parlamento regional, que íamos baixar os votos, foi tudo ao contrário”, disse, sublinhando que a CDU “ficou muito perto do seu segundo deputado” na Madeira.

Numa manhã de sábado, os dirigentes comunistas encontraram um mercado municipal praticamente vazio, com muitas bancas fechadas, e ouviram lamentos sobre a falta de clientes, mas também sobre as promessas que os políticos não cumprem.

Ao entrar em cada loja, Paulo Raimundo garantiu que não vinha para comprar, mas também não vinha para prometer o que não podia cumprir.

“Agora é só promessas. O que não fizeram durante três ou quatro anos agora é que vão fazer tudo. Mesmo coisas que parecem impossíveis, agora, de um momento para o outro, vão-se resolver. E as pessoas claro que ficam desiludidas”, apontou, ressalvando que “os partidos não são todos iguais”.

Nos Açores, onde disse ter encontrado “questões sociais de grande dimensão”, a grande prioridade do PCP será o combate à pobreza e aos baixos salários.

“É a grande urgência nacional, também aqui no arquipélago, o aumento dos salários. Temos uma proposta concreta, nomeadamente no que diz respeito ao salário mínimo, que é um acréscimo de 10% do salário mínimo nacional. Não resolve tudo, mas é um sinal importante que é preciso dar”, salientou.

As eleições legislativas regionais dos Açores realizam-se no dia 4 de fevereiro, cerca de oito meses antes do previsto, devido ao chumbo do orçamento da região para 2024, que levou o Presidente da República a dissolver a Assembleia Legislativa.

No sufrágio, que vai eleger 57 deputados, em 10 círculos eleitorais, concorrem 11 forças políticas, incluindo três coligações.