"Muito impressionado com aquilo que foi descrito pelo presidente do Governo Regional. O terem estado aqui na véspera [Governo regional], pouco tempo antes e o porto ser um e de repente ser uma paisagem completamente diferente. A destruição do porto, que é de facto massiva, massiva, e de tudo o que existia nele. Isso significa que não havia forma de construir pensando no que sucedeu", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, durante a visita em que foi acompanhado pelo presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro.
O Presidente da República também assinalou a importância da articulação entre Governo Regional e Governo da República para assegurar o abastecimento à ilha e a "tarefa de reconstrução".
"Olhando para o futuro, também é muito importante a forma como o Governo Regional, em diálogo com o Governo da República, assumiu a tarefa da reconstrução, que já começou e já esta a ser feita: o que está planeado, as fases do abastecimento imediato e garantir esse abastecimento em melhores condições de segurança para o imediato e para durante o inverno, que verdadeiramente ainda não começou", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou que, para as soluções mais definitivas, "é preciso mobilizar recursos financeiros".
"[Para] As soluções mais definitivas, é preciso mobilizar recursos financeiros, que é preciso fazer nas várias áreas, a culminar no novo porto (...), e isso está a ser enfrentado com uma grande determinação e uma grande rapidez", destacou.
O Presidente da República deixou a garantia de que irá visitar a ilha das Flores "mais vezes durante o próximo ano", para acompanhar as obras de reconstrução do porto das Lajes.
"Virei cá muitas mais vezes durante o próximo ano meio para ver o andamento das obras e para mostrar que a solidariedade não se esgota num minuto, num momento e num determinado instante. Não, continua. Eles merecem isso", afirmou, referindo-se à solidariedade.
Durante a visita, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou todos os cidadãos que estavam na zona, tendo ouvido queixas de alguns relativamente à ineficácia da solução encontrada para o abastecimento da ilha.
O Presidente da República fez por pacificar as reclamações e frisou que esta "é a luta de todo o país", naquele que será "um desafio para meses e anos".
"É a luta de todo o país. O importante é que as pessoas não se choquem só com as imagens que chegam naquelas horas e naqueles dias", assinalou, destacando que "os problemas das pessoas não desaparecem por não aparecerem na televisão todos os dias", e defendendo que a "solidariedade nacional, que existiu naquele momento, tem de continuar a existir".
Na ocasião, o presidente do Governo Regional realçou o "interesse do Presidente da República", "antes, durante e depois" da passagem do furacão, e vincou que "essa é uma luta que nos vai exigir algum tempo para ser normalizada".
"Não podemos ter a ilusão de pensar que ficou tudo destruído e agora as coisas correrão como sempre correram. É natural [a preocupação dos cidadãos], quer da parte dos privados, do ponto de vista do planeamento, do abastecimento, como da parte pública, com toda a montagem da operação. Há todo esse trabalho conjunto para fazermos com a conjuntura que temos, com meios que temos, com as circunstâncias que temos, o melhor possível. É isso que entendemos que nos é exigido, e é isso que estamos a fazer", apontou o chefe do executivo açoriano que na segunda-feira se irá reunir com o primeiro-ministro, António Costa, para discutir a situação.
Após a visita à ilha das Flores, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se à ilha do Faial para continuar a inteirar-se das consequências da passagem do furacão.
A passagem do furacão "Lorenzo" pelos Açores, em 02 de outubro, deu origem ao registo de 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas.
O furacão causou a destruição total do porto das Lajes das Flores, o que colocou em risco o abastecimento ao grupo ocidental do arquipélago.
Depois de assegurado o abastecimento através de embarcações de tráfego local (mais pequenas), a empresa Portos dos Açores, que gere as infraestruturas portuárias da região, anunciou, no passado sábado, que "já estão em curso os trabalhos de preparação do projeto de reconstrução do porto das Lajes das Flores".
No total, o "Lorenzo" provocou prejuízos de cerca de 330 milhões de euros, segundo anunciou o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, na passada segunda-feira.
PSD quer debate no Parlamento Europeu sobre prejuízos do furacão "Lorenzo"
Os eurodeputados do PSD vão pedir na segunda-feira que o Parlamento Europeu inclua na sessão plenária desta semana, em Estrasburgo, um debate sobre os prejuízos causados pelo furacão ‘Lorenzo’ nos Açores.
O pedido será feito em conjunto com os deputados espanhóis do Partido Popular Europeu (PPE), família política em que se insere o PSD, que pretendem ver debatidos igualmente os prejuízos causados pelas cheias no sul de Espanha.
Numa nota de imprensa, o grupo parlamentar do PSD no Parlamento Europeu informa que a votação sobre a realização deste debate será feita na abertura dos trabalhos da sessão plenária de segunda-feira, pelas 17:00.
O pedido do PSD é conhecido no dia em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se desloca às ilhas açorianas do Faial e das Flores, para visitar zonas afetadas pela passagem deste furacão, que atingiu o arquipélago no passado dia 02 de outubro.
De acordo com a nota de imprensa dos sociais-democratas, o eurodeputado José Manuel Fernandes, coordenador do PPE na Comissão dos Orçamentos, vai apelar à Comissão Europeia para “verificar a possibilidade de mobilização do Fundo de Solidariedade e apoiar uma eventual reprogramação dos fundos dos Açores para se fazer face aos enormes prejuízos”.
O chefe da delegação do PSD e vice-presidente do PPE, Paulo Rangel, considera que “dada a gravidade dos efeitos do furacão nos Açores, seria incompreensível que o Parlamento Europeu não se debruçasse sobre a situação”.
“Os açorianos merecem e precisam da nossa solidariedade e sabem que podem contar com o PSD”, refere Rangel, no mesmo comunicado.
A passagem do furacão 'Lorenzo' pelos Açores, na madrugada e manhã de dia 02 de outubro, provocou mais de 250 ocorrências e obrigou ao realojamento de 53 pessoas, causando prejuízos de cerca de 330 milhões de euros, de acordo com o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro.
Segundo as autoridades locais, os prejuízos foram causados “em várias áreas como infraestruturas portuárias e de apoio a atividade portuária, rede viária, equipamentos públicos, na habitação, nas pescas, na agricultura e no setor empresarial privado”.
O governante declarou que a situação do Porto das Lajes das Flores “assume maior gravidade, tendo em conta o grau de destruição completa que se verificou”, estimando-se que o prejuízo registado “possa ascender a mais de 190 milhões de euros”.
O governo açoriano já pediu ajuda financeira ao Estado devido à passagem do furacão ‘Lorenzo’ e a ativação do Fundo de Solidariedade da União Europeia com vista a um apoio correspondente a 2,5% dos prejuízos.
Em conferência de imprensa na segunda-feira, o socialista Vasco Cordeiro disse ter já enviado uma carta ao primeiro-ministro com estas solicitações, e informou que António Costa agendou uma reunião para segunda-feira.
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