“A expectativa era que fosse muito mais negativa a passagem deste furacão. Obviamente há ilhas que tiveram graves prejuízos: as Flores, o Pico, o Faial e o Corvo tiveram mais prejuízos e de forma mais acentuada”, reconheceu Jorge Rita, em declarações à agência Lusa.

Jorge Rita lembrou que noutros setores de atividade, nomeadamente a nível portuário e habitacional, com casas mais próximas do mar e da costa, houve “prejuízos mais avultados”.

“Ainda é cedo para nós aqui na região fazermos uma análise mais aprofundada. Há muita gente em campo a monitorizar o que se está a passar no sentido de averiguar os reais prejuízos que o furacão deixou”, avançou.

“Os prejuízos são abaixo da expectativa atendendo à capacidade avassaladora que este furacão podia ter”, acrescentou.

Jorge Rita lembrou também que atualmente grande parte das construções, nomeadamente estufas, já são feitas “no sentido de se precaverem para aquilo que são os vendavais normais”.

“Claro que um furacão é sempre de grande imprevisibilidade. Ventos para cima de 200 quilómetros não são muitas as construções na área das estufas que podem resistir a eles, mas felizmente que não temos tido contacto com tempestades dessas dimensões”, disse.

O furacão “Lorenzo” provocou mais de 170 ocorrências esta madrugada e manhã nos Açores e obrigou ao realojamento de mais de 50 pessoas, revelou ao início da tarde o Governo Regional.

Entre as ocorrências, as mais comuns foram “quedas de árvores, inundações, vias destruídas e galgamentos costeiros”, mas são os prejuízos no Porto das Lajes das Flores, o único porto comercial da ilha, que merecem maior preocupação do executivo açoriano.

“A ocorrência mais grave, muito complicada, é a questão do molhe de proteção do Porto das Lajes das Flores, que ficou totalmente destruído”, frisou Teresa Machado Luciano.

O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores vai continuar “em alerta” até ser feita uma nova avaliação com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A rajada de vento máxima registada pelo IPMA foi de 163 km/h, às 08:25, no Corvo.