“Esta localização no meio do Atlântico representou de facto uma vantagem competitiva e corresponde àquilo que é a vontade e a prática do Governo: valorizar tanto quanto possível a Região Autónoma dos Açores”, disse o ministro da Defesa Nacional.
Azeredo Lopes falava, em declarações aos jornalistas, após visitar o parque de ciência e tecnologia da ilha Terceira, TERINOV, nos Açores, onde ficará instalado o centro de dados.
Segundo o governante, este projeto tem a ambição de “qualificar cada vez mais Portugal como país produtor de ciência e de conhecimento”.
“O conhecimento sobre o espaço é algo que tem uma importância muito relevante do ponto de vista da defesa e da segurança e é algo que tem uma não menos importância do ponto de vista da ciência e da tecnologia”, frisou.
Azeredo Lopes destacou este projeto e o Centro de Defesa do Atlântico, que será instalado na base das Lajes, como “apostas muito qualificadas do ponto de vista do conhecimento, da tecnologia e da qualificação do emprego”.
“Estamos a falar de um investimento importante do ponto de vista do emprego. Em velocidade de cruzeiro, este centro terá em torno de 20 pessoas a trabalhar muito qualificadas do ponto de vista da formação e da exigência do perfil profissional”, realçou, referindo-se ao centro de dados.
Portugal integrará, junto com Polónia e Roménia, um consórcio europeu criado em 2014 por Alemanha, França, Itália, Espanha e Inglaterra, para garantir a monitorização do espaço europeu.
Nos Açores, para além do centro de dados, que ficará localizado na ilha Terceira, está prevista a construção de um ‘site’ radar na ilha das Flores, enquanto no arquipélago da Madeira, no Pico do Areeiro, deverá ser instalado um ‘site’ ótico.
Segundo o coordenador da Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço, Luís Santos, a assinatura da integração no consórcio deverá ocorrer “na primeira quinzena de setembro”, estando prevista a entrada em funcionamento do centro de dados “até ao final do primeiro trimestre do ano que vem”.
O objetivo desta “estrutura de visualização e monitorização do espaço” é, por um lado, fazer com que a Europa dependa menos dos sensores americanos e, por outro, tirar partido da valorização comercial do espaço.
“Esses dados que nós partilhamos e que recebemos, que têm um uso científico e comercial, depois são aproveitados para múltiplos fins. O facto de termos este centro aqui na ilha Terceira, neste parque, vai depois servir, esperamos nós, para alavancar o potencial do parque e para servir de elemento âncora para outras unidades tecnológicas privadas”, salientou Luís Santos.
Segundo o coordenador da Estrutura de Missão dos Açores, há cada vez mais entidades a fazerem do espaço um negócio, como empresas de telecomunicações ou de sistemas de georreferenciação terrestre, e só nas rotas próximas há mais de meio milhão de objetos a orbitar a terra, que podem ter apenas um centímetro ou o tamanho de um automóvel.
“Cada vez mais, é importante sabermos onde estão os objetos que já estão colocados no espaço e por que caminhos ou rotas podemos aceder ao espaço sem entrar em colisão com esses objetos e sem colocar em perigo os nossos próprios objetos”, frisou.
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