“Há 10 anos foi feito esse estudo exaustivo pela Universidade de Lisboa e agora tornámos a fazer esta análise para que possamos ter um ponto de situação da evolução do nosso trabalho e dos fenómenos”, disse hoje o diretor regional da Solidariedade Social.
Paulo Fontes falava aos jornalistas após a abertura do VI Encontro Regional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género que reúne em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, cerca de 50 técnicos que trabalham na área da prevenção da violência e promoção da igualdade no arquipélago.
O diretor regional da Solidariedade Social explicou que o estudo em causa, que “já não era feito há 10 anos, está a ser realizado pela Universidade de Lisboa” e está a ser analisada “uma grande massa de dados tanto a nível das vítimas, das queixas, dos processos e da perceção das pessoas em relação à violência”.
“É um estudo comparativo de 10 anos de percurso que conjuga muitos dados para tentarmos perceber também as linhas de evolução e as novas formas de expressão da violência para adequarmos sempre a nossa intervenção”, salientou Paulo Fontes, referindo que esta é "uma componente importante" da avaliação, "mas não é a única que está a ser implementada".
Segundo o diretor regional, além desse estudo também são feitas "avaliações qualitativas com os técnicos" para aferir "algumas especificidades".
"Desse estudo ainda não é possível adiantar números", acrescentou, frisando, no entanto, a importância de haver "uma consciência social" sobre a violência e "uma indignação social".
Paulo Fontes destacou as medidas que têm sido implementadas nos Açores para combater o fenómeno, salientando que a região já tem uma estrutura de respostas para apoiar as vítimas em todas as ilhas, mas considerou que há novas respostas que são necessárias, tendo em contas as novas formas de violência, nomeadamente nas redes sociais e no namoro.
"E é também o alargamento desta luta que não deve ficar só na área social e estender-se a vários setores da governamentação, desde o emprego, habitação, saúde e câmaras municipais", sustentou o diretor regional da Solidariedade Social, assinalando que existe "desde 2015 um protocolo com a Associação de Municípios para implementar planos de igualdade nas autarquias", sendo que "várias já o estão a fazer".
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