“Os números que temos e que dizem respeito, não só ao turno da noite, mas também a centros de distribuição e a centros de correio, dão uma percentagem de 68,13% de adesão à greve”, disse à agência Lusa o secretário-geral do SNTCT, Victor Narciso.
Ainda assim, o responsável ressalvou a “dificuldade [das estruturas sindicais] em ter números concretos porque os dirigentes e os delegados estão a vir para Lisboa, para a manifestação desta tarde, e não vão aos locais de trabalho para recolher números”.
Os trabalhadores dos CTT iniciaram a partir da meia-noite a segunda greve geral em dois meses, após dois dias de paralisação em dezembro.
Entretanto, a partir das 14:30, decorre uma manifestação em Lisboa, desde a praça do Marquês de Pombal até à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, local onde as estruturas representativas dos trabalhadores entregarão documentos a exigir a reversão da privatização da empresa.
As ações são organizadas pelo SNTCT, pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (SINDETELCO), pelo Sindicato Independente dos Correios de Portugal (SINCOR), pelo Sindicato Nacional Dos Trabalhadores Das Telecomunicações e Audiovisual (SINTAAV) e pela Comissão de Trabalhadores.
Victor Narciso notou que a percentagem de adesão “pode evoluir – para baixo ou para cima – conforme os dados que forem chegando”, mas “dificilmente” haverá novos números dada a concentração em Lisboa.
Em causa estão cerca de 3.500 trabalhadores que aderiram à greve, segundo o responsável do SNTCT.
“Foi uma boa participação dos trabalhadores. Há vários centros de distribuição no país encerrados, que impedem a distribuição de correio, há estações encerradas e algumas só estão abertas com chefias, que estão impedidas de fazer greve”, precisou Victor Narciso.
Esta manhã, uma delegação da União Geral de Trabalhadores (UGT), liderada pelo secretário-geral adjunto, Sérgio Monte, e composta também por dirigentes sindicais do SINDETELCO foi recebida pelo secretário de Estado do Planeamento e Infraestruturas, Guilherme d’ Oliveira Martins, em Lisboa.
“Nós o que viemos aqui trazer ao secretário de Estado foi a preocupação com o serviço público dos CTT, dada a degradação da qualidade e a necessidade de o Estado ser mais interventivo através da fiscalização”, isto é, da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), afirmou Sérgio Monte à Lusa.
Apontando que o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, também esteve presente, Sérgio Monte disse que o executivo prometeu “atenção redobrada” à situação dos CTT.
Na origem dos protestos está o Plano de Transformação Operacional dos CTT, que foi apresentado pela empresa em dezembro e que prevê a redução de cerca de 800 trabalhadores na área das operações em três anos e a otimização da rede de lojas, através da conversão em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura.
Quanto às estações a encerrar, inicialmente foram apontadas 22, mas o número baixou depois para 19 com a criação de novos postos dos CTT em locais como juntas de freguesia ou estabelecimentos comerciais.
Entretanto, os sindicatos avançaram esta semana que poderão ser até 40 estações, número que a empresa veio rejeitar, esclarecendo que encerraram 16 pontos de acesso do universo de 22 anunciados e que foram abertos 10 novos postos de correio.
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