“As minhas primeiras palavras são para os utentes, que são a razão de ser das duas empresas. O serviço degradou-se e temos que ultrapassar as dificuldades existentes com a frota. Este ano já procedemos a tantas operações de manutenção e reparação com em todo o 2016, mas ainda não chega”, disse à Lusa Marina Ferreira, presidente das duas empresas.
Os trabalhadores da Transtejo e Soflusa estão a realizar hoje o primeiro de dois dias de greve parcial nas empresas, para contestar o facto de o Ministério das Finanças não ter aprovado o acordo, assinado em dezembro com as organizações de trabalhadores, para a renovação da contratação coletiva existente, bem como as condições da frota de navios e pontões.
A greve, de três horas por turno na Transtejo e de duas horas por turno na Soflusa, já originou a paralisação das carreiras fluviais entre a margem sul e Lisboa no período da manhã, sendo esperado que os barcos voltem a parar na tarde de hoje, no período da hora de ponta.
“É necessário que o Ministério das Finanças descative as verbas do orçamento das empresas para se proceder à renovação e manutenção da frota. Estamos a tentar lutar contra o tempo e a procurar encurtar os prazos para que sejam lançados os concursos”, explicou a presidente do conselho de administração.
Marina Ferreira explicou que grande parte das operações de manutenção estão relacionados com os necessários certificados de navegabilidade que as embarcações necessitam para puderem circular.
A responsável anunciou ainda que vai efetuar uma reunião com todas as estruturas representativas dos trabalhadores na sexta-feira para tentar encontrar soluções.
“Estamos convictos que, face à disponibilidade sempre manifestada pelos representantes dos trabalhadores, vamos conseguir encontrar uma solução para resolver o impasse e regressar à normalidade. Gerir é encontrar soluções e vamos empenhar-nos e trabalhar no sentido de resolver a situação”, defendeu.
Marina Ferreira referiu que é uma defensora do transporte público e frisou que estas situações contribuem para afastar as pessoas, mas garantiu que vai trabalhar para recuperar a confiança dos utentes.
Carlos Costa, do Sindicato dos Transportes Fluviais Costeiros e Marinha Mercante, afeto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), confirmou à Lusa a reunião de sexta-feira e fez um balanço do primeiro período de greve.
“A adesão no primeiro período da greve foi de 100%, uma vez que as ligações estiveram todas paradas no período previsto de greve, com exceção dos serviços mínimos, que foram cumpridos. No período da tarde esperamos que seja igual”, disse.
A Transtejo é a empresa responsável pelas ligações do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com Lisboa, enquanto a Soflusa faz a ligação entre o Barreiro e Lisboa.
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