A agência de notação financeira indicou, numa análise publicada na sexta-feira, que a previsibilidade das políticas dos Estados Unidos diminuiu, “com o abandono de canais internacionais de comunicação e de normas que regem as relações, elevando as perspetivas de mudanças súbitas e inesperadas nas políticas norte-americanas com potenciais implicações globais”.
“Os principais riscos para créditos soberanos incluem a possibilidade de mudanças disruptivas nas relações comerciais, menores fluxos internacionais de capital, limites à migração que afetem as remessas e intercâmbios contenciosos entre políticos que contribuam para uma maior ou prolongada volatilidade das divisas e outros mercados financeiros”, apontou.
A Fitch sublinhou que a materialização de tais riscos definiria um contexto desfavorável para o crescimento económico, colocando pressão sobre as finanças públicas.
Segundo a agência de notação financeira, as nações com maiores riscos diante de mudanças adversas “são aquelas com laços económicos e financeiros estreitos com os Estados Unidos e que estão sob escrutínio devido a desequilíbrios financeiros existentes ou a perceções de quadros ou práticas desleais nas suas relações bilaterais”.
“Canadá, China, Alemanha, Japão e México têm sido identificados explicitamente pela Administração [de Donald Trump] como países que têm acordos comerciais ou políticas sobre taxas de câmbio que merecem atenção, mas é pouco provável que a lista termine aí”, realça a Fitch.
A agência de notação financeira alertou ainda que os países que acolhem investimento norte-americano direto também arriscam ser assinalados como alvo de medidas comerciais punitivas.
“Os países com a maior proporção de investimento norte-americano na indústria são Canadá, Reino Unido, Países Baixos, México, Alemanha, China e Brasil”, indicou.
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