Em declarações aos jornalistas à saída do Campus da Justiça, em Lisboa - após a primeira parte da quarta sessão do julgamento do processo conexo da Operação Marquês em que o antigo presidente do GES responde por três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de 10 milhões de euros -, Francisco Proença de Carvalho lembrou que é “o exercício de um direito por parte do arguido” pedir a abertura da instrução.
“Fizemo-lo com muitos factos concretos e objetivos, com muitas provas e, portanto, acho que as pessoas podem ler e perceber que a história que a acusação conta é uma história infundada e que não prova quanto ao nosso cliente. Aquilo que estamos a fazer no processo é combater isso nesta fase”, explicou.
Confrontado com o rótulo de “monstruoso” atribuído a este processo nas mais de 700 páginas do requerimento de abertura de instrução, o advogado do antigo banqueiro vincou ser “monstruosa pela dimensão do processo”, realçando a complexidade da informação e notando que exige “muito tempo para o estudar e uma dedicação quase exclusiva” a esse caso.
“Deve haver poucas acusações no mundo dessa dimensão. Entendemos que é profundamente infundada quanto ao nosso cliente, mas a parte monstruosa… obviamente, o nosso cliente sente que é monstruosa quanto a si, mas nós estamos a falar da dimensão e da complexidade. Vamos lutar e reagir nas diferentes fases processuais”, salientou.
O requerimento de abertura de instrução do processo GES, com 777 páginas, foi entregue na segunda-feira pelos advogados do ex-banqueiro, Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, em resposta à acusação do Ministério Público, que tem quase quatro mil páginas e envolve 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas).
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