“A nossa tarefa imediata agora é cumprir os nossos compromissos de prosseguir a retirada segura dos nossos cidadãos, nacionais de países parceiros, e afegãos em situação de risco, em particular aqueles que ajudaram os nossos esforços. Apelamos àqueles que ocupam posições de autoridade no Afeganistão para que respeitem e facilitem a sua partida segura e ordeira, inclusive através do aeroporto internacional Hamid Karzai, em Cabul”, lê-se na declaração adotada pelos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Aliados sublinham que, “enquanto prosseguirem as operações de evacuação”, manterão uma “estreita coordenação operacional através dos meios militares aliados” no aeroporto Hamid Karzai.
Na declaração divulgada após a videoconferência extraordinária convocada para hoje pelo secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, os 30 países membros da NATO dizem-se unidos na “profunda preocupação com os acontecimentos dramáticos no Afeganistão” e “profunda preocupação com as notícias de graves violações e abusos dos direitos humanos em todo o Afeganistão”.
Remetendo para a declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 16 de agosto passado, os Aliados apelam “à adesão às normas e padrões internacionais sobre direitos humanos e direito humanitário internacional em todas as circunstâncias”, apontando que “o povo afegão merece viver em segurança e com dignidade”, aproveitando e prosseguindo “as importantes conquistas políticas, económicas e sociais feitas ao longo dos últimos 20 anos”.
“Qualquer futuro Governo afegão deve aderir às obrigações internacionais do Afeganistão, salvaguardar os direitos humanos de todos os afegãos, particularmente das mulheres, crianças e minorias, defender o Estado de direito, permitir o acesso humanitário sem entraves, e assegurar que o Afeganistão nunca mais sirva de refúgio seguro para os terroristas”, lê-se na declaração dos chefes de diplomacia da NATO.
A propósito deste último ponto, os Aliados voltam a sublinhar que, ao longo dos últimos 20 anos, negaram com sucesso aos terroristas “um porto seguro no Afeganistão, a partir do qual pudessem lançar ataques” e advertem que não tolerarão qual ameaça terrorista.
“Continuamos empenhados em combater o terrorismo com determinação e solidariedade”, enfatizam.
A terminar, os Aliados prestam homenagem ao “serviço e sacrifício de todos aqueles que trabalharam incansavelmente nos últimos 20 anos para oferecer um futuro melhor ao Afeganistão” e asseguram que, “juntos”, procederão a uma reflexão profunda sobre a sua ação no país e retirarão “as lições necessárias” do sucedido.
Os talibãs conquistaram Cabul no passado domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
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