“Os nossos homens e mulheres das Forças Armadas estão a arriscar as suas vidas para o fazer, mas é a coisa certa a fazer. Eles [os funcionários afegãos] arriscaram as suas vidas nos últimos 20 anos”, disse Wallace, visivelmente emocionado, numa entrevista à rede de rádio britânica LBC.
Em resposta ao seu estado emocional, o jornalista perguntou ao secretário da Defesa porque levava a questão “tão a peito”.
“Porque eu sou um soldado… É triste. O Ocidente fez o que fez, e nós temos de fazer o nosso melhor para tirar as pessoas e cumprir o nosso dever”, respondeu Wallace, um antigo oficial do exército que, na década de 1990, serviu na Irlanda do Norte, Chipre e América Central.
Ben Wallace salientou que, nas duas últimas semanas, o pessoal britânico no Afeganistão tem estado a registar as pessoas que precisam de ser retiradas do país.
“Não estamos a desempenhar outras funções diplomáticas. Estamos lá simplesmente para processar pessoas com passaportes britânicos e aqueles sobre os quais temos obrigações”, afirmou.
Ben Wallace disse que a “obrigação mínima” do Governo britânico “deveria ser a de fazer passar o maior número possível de pessoas por esse canal”.
“Isto é uma questão de profundo pesar para mim…. Olhe, algumas pessoas não vão voltar, e vamos ter de fazer esforços em países terceiros para tratar dessas pessoas”, reconheceu.
Na quinta-feira passada, quando os talibãs chegaram às portas de Cabul, Londres anunciou o envio de 600 tropas adicionais para gerir a retirada do seu pessoal da missão diplomática e dos seus parceiros locais, incluindo intérpretes.
A operação, denominada ‘Pitting’, é dirigida a partir do Comando Conjunto Permanente do Reino Unido em Northwood, nos arredores de Londres.
A operação visa o apoio militar ao transporte de cidadãos britânicos e antigos funcionários afegãos elegíveis para viverem no Reino Unido ao abrigo do programa de realojamento e assistência para o Afeganistão.
“Temos acompanhado a situação e continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para proteger os britânicos e os afegãos”, disse hoje um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro, Boris Johnson, citado pela agência EFE.
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