“Estamos a chegar ao fim da retirada, que acontecerá no final do dia de hoje, e então, é claro, será necessário colocar as nossas tropas no avião restante”, disse à rádio BBC 4.
Segundo Carter, agora existem “muito poucos” aparelhos ainda a retirar civis do Afeganistão através do aeroporto de Cabul, onde milhares de pessoas se aglomeram na esperança de deixar o país.
A operação de retirada correu “tão bem quanto possível perante as circunstâncias”, continuou o general Carter, “mas não conseguimos tirar todos de lá e é de partir o coração”.
O Ministério da Defesa garantiu na sexta-feira que mais de 14.500 pessoas foram retiradas desde 13 de agosto, incluindo cerca de 8.000 afegãos qualificados para o programa destinado ao pessoal afegão que trabalhou para o Reino Unido.
Carter disse que, a partir de agora, apenas os candidatos à saída cujos casos já tenham sido tratados serão retirados, após o encerramento da unidade de receção localizado no Hotel Baron, próximo ao aeroporto.
“A capacidade do Reino Unido de lidar com outros casos está agora severamente reduzida e os números adicionais (relativos a civis retirados) serão limitados”, acrescentou o responsável, enfatizando a necessidade de liberar espaço “para trazer os diplomatas e militares restantes”.
O ministro da Defesa, Ben Wallace, estimou na sexta-feira que até 150 cidadãos britânicos e entre 800 e 1.100 afegãos elegíveis não poderiam ser retirados, gerando indignação nas fileiras dos conservadores no poder e na oposição.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, garantiu que moveria “céus e terra” para continuar a tirar pessoas do Afeganistão após a data final marcada para a retirada dos soldados norte-americanos em 31 de agosto.
Vários países já anunciaram o fim das operações de retirada de pessoas do Afeganistão.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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