O exército dos EUA, encarregado de proteger o aeroporto, permitiu que o avião esperasse somente 30 minutos e depois ordenou que descolasse, apesar de não estar com os cidadãos neerlandeses a bordo, explicou a ministra dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, Sigrid Kaag.
Das quase quarenta pessoas que conseguiram subir a bordo, segundo a ministra, nenhuma era de nacionalidade afegã. "Muitas pessoas estavam à espera na entrada do aeroporto com as suas famílias. Foi terrível", declarou Kaag, citada pela agência de notícias ANP.
A ANP afirmou que Kaag coordena com os norte-americanos a evacuação para evitar este tipo de situação, algo que também fez hoje o seu homólogo alemão Heiko Maas.
Um cidadão neerlandês de origem afegã contou à televisão pública NOS que não conseguiu chegar até o portão de embarque, "protegido pelos norte-americanos". "Mostrei-lhes eles meu passaporte e disse que era neerlandês, mas estava muito barulho, não ouvi bem o que o americano disse", explicou.
"Depois de repetir mais três vezes que era neerlandês, pediram-me para guardar distância, ou então atirariam. Decidi ir embora. Não queria arriscar que atirassem", declarou.
"Queremos que os norte-americanos nos deem mais tempo", pediu Kaag, citada pela NOS, declarando mais tarde, através da rede social Twitter, que mantém o trabalho "no plano europeu, para ter uma melhor coordenação".
Os Países Baixos evacuaram nesta quarta-feira os seus primeiros cidadãos. Um avião descolou de Cabul com cerca de 35 neerlandeses, assim como cidadãos belgas, alemães e britânicos, em direção a Tbilisi (Geórgia), declarou o ministro da Defesa no Twitter.
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