António Costa pediu uma maioria absoluta e, no momento em que escrevo este artigo, encaminha-se para a conquistar.

Perante umas eleições que as sondagens davam como muito renhidas, o eleitorado de esquerda concentrou o voto útil no PS — é pelo menos esta a leitura que Rui Rio, líder do PSD, faz dos resultados.

E Rio, que garante que não é de dramas, também já adiantou que se a maioria absoluta socialista se confirmar não vê como pode continuar a ser útil na liderança do seu partido.

À esquerda, o voto útil pesou duramente sobre o Bloco e a CDU, com a Assembleia da República a perder deputados como António Filipe (CDU), João Oliveira (CDU) ou José Manuel Pureza (BE).

Jerónimo, emocionado, deu conta desta derrota, que tira do parlamento também os Verdes.

Catarina Martins diz que o partido assume as suas derrotas e internamente serão tiradas consequências.

A segunda história da noite faz-se no terceiro lugar, com o Chega a confirmar-se como terceira força política no Parlamento, um lugar que foi "disputado" nas sondagens com a Iniciativa Liberal, que vê também aumentar significativamente a sua representação parlamentar.

Para Livre, PAN e CDS a noite mantém-se uma incógnita, mas para alguns deles espera-se o pior.

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Volto agora (pelas 2h00) para vos contar como terminou esta noite eleitoral.

  • Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando ainda faltam atribuir apenas os quatro mandatos dos dois círculos da emigração, António Costa confirma a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.
  • O PSD surge em segundo lugar nestas legislativas, com 27,8%, 1.498.605 votos (mais 77.961) e 71 deputados (menos seis). Em coligação, nos Açores e na Madeira, o PSD e CDS-PP tem mais cinco deputados.
  • O Chega, que elegeu um deputado e obteve 1,3% em 2019, passou a terceira força política, com uma representação de 12 parlamentares e 385.543 votos (7,1%).
  • Outro partido que subiu foi a Iniciativa Liberal (IL), que também passou de um deputado com 1,29% em 2019 para 4,98% (268.414 votos) e oito deputados.
  • À direita, o CDS-PP, com apenas 1,6% dos votos, perdeu pela primeira a sua representação no parlamento desde 1975.
  • À esquerda, o Bloco de Esquerda desceu de 19 para 14 deputados, com 4,46%, e a CDU, coligação de PCP e Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), perdeu metade dos seus deputados, que eram 12 e agora são seis, tendo o PEV deixado de ter representação no parlamento.
  • O Livre conseguiu eleger um deputado, Rui Tavares.
  • Já no final da noite eleitoral, o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que há dois anos elegeu quatro deputados com 3,2%, ficou reduzido a um eleito.