“Não vamos abandonar o nosso compromisso com Taiwan”, afirmou Nancy Pelosi, cuja visita à ilha desencadeou a indignação de Pequim.

“Hoje, a nossa delegação (…) veio a Taiwan para dizer inequivocamente que não vamos abandonar o nosso compromisso com Taiwan e que estamos orgulhosos da nossa amizade duradoura”, acrescentou, num evento com a Presidente da ilha, Tsai Ing-wen.

Taiwan “não desistirá” face à ameaça das armas, disse por sua vez Tsai Ing-wen, quando Pequim anunciou uma série de exercícios militares junto à ilha em retaliação à visita da responsável norte-americana.

“Face ao aumento deliberado das ameaças militares, Taiwan não recuará. Vamos (…) continuar a defender a democracia”, reiterou.

Um total de 21 aviões militares chineses entraram na Zona de Identificação da Defesa Aérea de Taiwan na terça-feira, informou hoje o Ministério da Defesa da ilha em comunicado.

As incursões de aviões chineses aconteceram no dia em que a líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos chegou a Taipé, no âmbito de uma visita à Ásia.

Rússia, Coreia do Norte, Cuba e Venezuela repudiam visita de Nancy Pelosi a Taiwan

A Rússia, a Coreia do Norte, Cuba e Venezuela repudiaram a visita da líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos a Taiwan e expressaram apoio total à China.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, acusou hoje os Estados Unidos de quererem "mostrar impunidade".

“Os Estados Unidos têm o desejo de provar que são impunes e podem fazer o que querem. Não vejo outra razão para ‘provocar este incêndio’ a partir do nada. Eles [Estados Unidos] sabem muito bem o que isto significa para a China”, disse o chefe da diplomacia de Moscovo que se encontra de visita oficial a Myanmar, antiga Birmânia, país dominado pela Junta Militar no poder desde o golpe de Estado do ano passado.

A Coreia do Norte apelidou a visita de Nancy Pelosi de “interferência descarada” nos assuntos internos da China.

Cuba manifestou preocupação pelo agravamento da tensão e criticou a ação norte-americana que visa “lesar a integridade territorial e a soberania” da China.

Já o Governo venezuelano considerou que se trata de uma “provocação direta” da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, à China.

Nancy Pelosi, que chegou a Taipé na terça-feira à noite, é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos. A China, que considera Taiwan parte do seu território, chamou à visita uma grande provocação e ameaçou os Estados Unidos de retaliação.

No mesmo dia, Pequim convocou o embaixador norte-americano para censurar a viagem “chocante”.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Xie Feng, expressou “fortes protestos” pela visita de Pelosi à ilha.

“Esta ação é extremamente chocante e as consequências serão extremamente graves”, disse Xie, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. “A China não vai ficar sem reação”, advertiu.

A viagem de Pelosi aumentou a tensão entre as duas maiores economias do mundo.

Os Estados Unidos já disseram estarem “preparados” para uma resposta da China.

(Notícia atualizada às 09h28 com reação da Rússia)