"Quero endereçar os meus pêsames à família toda e ao próprio Armando Guebuza e à esposa. Partilho a dor que sentem. É de uma violência brutal e condenável", afirmou Dhlakama, em entrevista publicada hoje pelo Canal de Moçambique.
Numa alusão à rivalidade entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e que já foi dirigido por Armando Guebuza, e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama afirmou ser necessário saber separar as situações.
"Sei o que é a dor de perder uma filha naquelas circunstâncias. Devo imaginar o sofrimento da família Guebuza e do próprio Armando Guebuza e da esposa", declarou o líder do principal partido de oposição.
Valentina Guebuza, 36 anos, foi morta a tiro na sua residência no dia 14 numa ação que a polícia imputa ao marido, Zófimo Muiuane, que se encontra detido.
Na terça-feira, a Polícia moçambicana disse ter apreendido quatro armas na residência do casal, uma pistola, duas carabinas e uma 'shotgun'.
"As diligências para aclarar a legalidade e a proveniência destas armas continuam", disse o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique, Inácio Dina, acrescentando que a arma usada no homicídio foi uma pistola.
Dina adiantou que o processo está a correr no Ministério Público e a detenção dele já foi legalizada.
Valentina da Luz Guebuza, 36 anos, que deixou uma filha de um ano e seis meses, era uma das mais destacadas empresárias do país.
Em dezembro de 2013, a revista Forbes colocou-a entre as vinte jovens africanas mais poderosas de África, à frente da 'holding' familiar Focus 21 Management & Development, com interesses em vários setores, como a banca, telecomunicações, pescas, transportes, mineração e imobiliário.
A empresária moçambicana casou-se a 26 de julho de 2014 com Zófimo Muiuane, chefe do departamento de marketing da operadora de telecomunicações Mcel, numa cerimónia religiosa na Igreja Presbiteriana de Chamanculo, nos arredores de Maputo, perante centenas de convidados.
O velório decorreu no sábado no mesmo local onde casou há dois anos, e contou com a participação do atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, do antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano, titulares dos órgãos de soberania, membros e simpatizantes da Frelimo, partido ao qual Valentina Guebuza pertencia ao comité central.
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