“Angola foi sempre um grande destino de investimento. Lembro-me de lá ir quando estava no Banco Mundial e ver uma série de jatos. Mas isso não era investimento certo”, recordou Hippolyte Fofack, em entrevista à Lusa, à margem dos encontros anuais do banco que decorreram em Moscovo.
Esse investimento era muito direcionado para o “capital intensivo sem impacto na população”, algo que Fofack acredita que vai mudar: “A indústria em que estamos a insistir é de trabalho intensivo que ajuda a reduzir a desigualdade”.
A desminagem do país vai permitir uma maior aposta na agricultura e existem projetos de indústrias locais, até na área farmacêutica, considerou.
Em 2015, quando os preços das matérias-primas baixaram, “muitos que viviam em Angola saíram por causa da falta de liquidez”.
“Os investidores foram em massa para Angola quando o petróleo subiu e depois fugiram quando o preço baixou. Isso é gente que quer o dinheiro rápido, mas nós preferimos o investidor paciente”, explicou Fofack.
Mas nos últimos anos, “alguém [José Eduardo dos Santos], que foi Presidente durante 40 anos, escolheu pessoalmente outra pessoa para lhe suceder [João Lourenço]. E o atual Presidente “não precisou que [José Eduardo dos Santos] morresse e está a lutar contra a corrupção sabendo que a corrupção está, de algum modo, ligada a quem o nomeou”, resumiu.
“É um estudo de caso” e Angola tem hoje como Presidente “alguém que está comprometido em colocar o país no caminho certo e melhorar a governação”.
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