A ministra das Relações Exteriores sul-africana disse que vai consultar a Federação Russa sobre a decisão do TPI de emitir um mandado de prisão contra Vladimir Putin, cita a agência de notícias russa, TASS.

De acordo com Naledi Pandor, será a primeira vez que a África do Sul vai abordar a questão, sobretudo porque Cyril Ramaphosa já enviou a todos os líderes dos países membros do grupo os convites, incluindo o de Putin.

Em agosto deste ano, a cidade sul-africana de Durban recebe a 15ª cimeira do BRICS, que deverá reunir os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O porta-voz do presidente Cyril Ramaphosa, disse que “o governo está ciente da obrigação legal. No entanto, até ao dia da cimeira, continuaremos envolvidos com várias partes interessadas relevantes", acrescentou Vincent Magwenya, no domingo.

"Tomamos nota da informação sobre o mandado de prisão emitido pelo TPI. O compromisso da África do Sul permanece”, declarou o porta-voz com a esperança “muito forte de que o conflito na Ucrânia seja resolvido pacificamente por meio de negociações".

Embora não haja confirmação oficial da visita de Putin, espera-se que participe na 15ª Cimeira do BRICS, como fez em 2013.

Mas se se confirmar a presença do presidente russo, o governo da África do Sul ficará numa posição difícil já que, sendo signatária do TPI, comprometeu-se a cumprir as suas decisões.

De recordar que a África do Sul é um dos países que não condenou a invasão da Rússia à Ucrânia.

Desde que começou o conflito, em fevereiro de 2022, o país sul-africano tem participado em exercícios militares conjuntos com a China e a Rússia. Em fevereiro deste ano, acolheu as marinhas russa e chinesa para manobras militares.

Na ocasião, a titular da pasta das Relações Exteriores salientou a "amizade" entre os países.

"Todos os países fazem exercícios militares com os seus amigos", disse Naledi Pandor quando recebeu o seu homólogo, Sergueï Lavrov.