“Foi feito muito trabalho desde 2021 e foi mostrado e demonstrado que é possível aquilo que parecia impossível e a minha mensagem é também para todos aqueles que já participaram desde 2021 nestes processos de coragem, de autonomização, mas também de capacidade de uma vida nova”, disse Ana Mendes Godinho na cerimónia de entrega de memorandos de entendimento entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e 37 entidades com Centros de Recursos no âmbito da Valor T.

Para Ana Mendes Godinho, os dois anos de existência desta agência mostram a possibilidade de "quebrar barreiras, desde logo a do preconceito". Apesar disso, a ministra salienta o muito trabalho que "falta fazer".

Godinho ainda explicou que as "barreiras que muitas vezes nos levam a pensar que não conseguimos até integrar no mesmo espaço ou no local de trabalho pessoas com características completamente diferentes".

Antes da cerimónia, Ana Mendes Godinho falou com duas pessoas que encontraram um emprego através da Valor T e que agora trabalham para o Grupo Pestana, referindo como lhe transmitiram que “se sentiam muito mais felizes porque tinha passado a ter uma vida autónoma com a capacidade até de ter alguma independência”.

“Foi feito muito, mas falta fazer imenso”, defendeu, referindo-se à “luta permanente pela inclusão das pessoas com deficiência”. A ministra destacou ainda que o dia de hoje mostrou que “não há impossíveis” e apontou que a prova está nas cerca de 1.600 pessoas que se inscreveram na agência e viram na Valor T “um passaporte para uma vida diferente”.

Em declarações à agência Lusa, a diretora da Valor T, Vanda Nunes, salientou que a cerimónia de hoje demonstrou que foi dado um “passo de gigante”, apontando que o último ano e meio passou entre receber candidatos a emprego e conhecê-los, e aliciar empresas a juntarem-se.

“Temos cerca de 1.600 pessoas [com deficiência] inscritas e nos últimos meses constatámos um aumento significativo de empresas a registarem-se na Valor T, estamos a falar de cerca de 180 empresas registadas”, adiantou Vanda Nunes.

A responsável salientou que “tem sido um caminho muito, muito longo”, tendo em conta que é preciso ter em conta as necessidades das empresas, conhecer as suas políticas de recursos humanos e os seus objetivos, ao mesmo tempo que se conhece as capacidades e habilitações de quem procura um trabalho.

Vanda Nunes adiantou que 460 pessoas já foram entrevistadas por empresas, tendo sido contratadas mais de 200 e explicou que, com os memorandos de entendimento assinados hoje, as 37 instituições passarão também elas a fazer a ponte junto de empresas, alargando a nível nacional o trabalho que até aqui era só feito pela SCML.