“Aguardo a resposta do Ministério Público, que está a examinar a questão”, afirmou Augusto Santos Silva aos jornalistas, no Porto, quando questionado sobre o ponto da situação do eventual levantamento de imunidade diplomática dos dois filhos do embaixador do Iraque em Lisboa.
O ministro salientou, contudo, que “o importante aqui é que em agosto deu-se em Ponte de Sor um incidente gravíssimo, um jovem foi barbaramente agredido por duas pessoas, há pessoas que estão indicadas por isso”.
“E todos nós queremos saber o que é que se passou, quem são os responsáveis pelo que se passou e, havendo responsáveis, queremos que sejam levados à justiça”, afirmou.
No dia 17 de agosto, Rúben Cavaco foi agredido em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, alegadamente pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, gémeos de 17 anos.
O jovem alentejano sofreu múltiplas fraturas, tendo sido transferido no mesmo dia do centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo chegado a estar em coma induzido. O jovem acabou por ter alta hospitalar no início de setembro.
Os dois rapazes suspeitos da agressão são filhos do embaixador iraquiano em Portugal, Saad Mohammed Ali, e têm imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena.
Em 21 de outubro, a Procuradoria-Geral da República anunciou que o Ministério Público ia analisar a resposta enviada pelo Estado iraquiano sobre o pedido de levantamento da imunidade diplomática dos filhos do embaixador em Lisboa.
"O documento será, agora, remetido ao processo, no âmbito do qual será juridicamente apreciado pelo Ministério Público", referiu então a PGR, numa nota à imprensa, na qual salientava ter recebido a resposta do Estado iraquiano, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
As autoridades iraquianas consideraram "prematuro tomar uma decisão" sobre o pedido de levantamento de imunidade diplomática dos filhos do embaixador do Iraque em Lisboa, alegadamente envolvidos em agressões a um jovem de Ponte de Sor, anunciou no mesmo dia o Governo português.
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