As 40 e tal cabras do filho de António Eugénio deambulam por um terreno de erva rasteira verde, onde há uma casa velha queimada, quando António Costa passa por lá.
António Eugénio aponta para o monte onde se veem várias bolsas de eucalipto queimado e vai mostrando onde há terras amanhadas e por onde anda normalmente o rebanho.
"Onde andavam as cabras, estava limpo" e, por sinal, ficou verde, conta ao primeiro-ministro, com à vontade, enquanto António Costa nota também que no olival ao lado o fogo também não progrediu com a mesma intensidade.
Durante a conversa com o primeiro-ministro e o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, ao lado, o habitante da Boiça vai explicando que a 15 de outubro não houve ajuda de bombeiros nem de qualquer outra entidade.
"Foram os baldes de água e a boa vontade das pessoas", conta António, frisando que foi "terrível".
"Varreu tudo e foi para os quintais. O fogo está ali e depois vem voando. Caiu aqui", conta, apontando para a casa velha que ardeu.
O filho de António, Armando Santos, reitera à agência Lusa que a zona verde "era onde as cabras andavam", apontando ainda para a pequena encosta até à povoação, que se mantém de erva rasteira verde.
"Se não fossem as cabras, isto aqui era só mato e o fogo chegava à povoação", sublinhou.
De Vila Nova de Poiares, António Costa foi até Góis, mais precisamente à pequena localidade da Murtinheira onde ouviu outro António, de 63 anos, que perdeu galinhas e ovelhas.
"Vinte e tal galinhas que tinha comprado naquele dia para as criar e morreram todas", lamentou à agência Lusa o habitante da Murtinheira.
Já no fim da visita, António Costa procurou dar ânimo a uma mulher de muletas, sentada num banco de madeira.
"Faltam as forças, mas tem que se ir aos poucos. Vamos ver", contou, antes de se despedir do primeiro-ministro.
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