O tráfego foi interrompido em oito pontos transfronteiriços entre França e Espanha, desde a Catalunha, no nordeste de Espanha, até ao País Basco, no outro extremo dos Pirineus.

O protesto, que deveria durar 24 horas, não foi organizado por sindicatos agrícolas tradicionais, mas por plataformas de cidadãos.

"Hoje temos um bloqueio histórico que nunca foi feito na Europa", disse à AFP Sébastien Barboteu, um agricultor de 41 anos do vale de Vallespir, no lado francês dos Pireneus Orientais.

"Antes enfrentávamos-nos, agora somos aliados, temos os mesmos problemas", acrescentou Barboteu, porta-voz dos agricultores franceses mobilizados.

O protesto foi convocado para exigir energia mais barata e o respeito pelas cláusulas-espelho, que envolvem a imposição aos agricultores de países terceiros das mesmas normas ambientais que se aplicam na Europa.

"Queremos ter peso porque quando falo com o governo, dizem-me que 80% das leis agrícolas são decididas em Bruxelas, por isso entendemos que, agora, o cavalo de batalha não é mais nacional, mas sim europeu", comentou Jérôme Bayle, um agricultor do sul da França.

"Não pedimos nada do outro mundo, apenas que a Europa seja uniforme nas regulamentações e nas taxas", acrescentou, especificando que esta manifestação "não tem nada a ver" com a mobilização do inverno passado, que afetou vários países europeus.