A CAP foi uma das várias signatárias – a par de Confragi, CNA e AJAP – de uma carta enviada em meados de junho ao Governo para que cumprisse as promessas feitas durante a campanha eleitoral e revertesse a transferência e partilha de atribuições das Direções Regionais de Agricultura (DRA) para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).
“Essa carta, mais de um mês volvido, não teve qualquer resposta”, referem os agricultores, que, “perante o silêncio e inação do Governo em relação a esta matéria”, consideram ser “tempo de agir e de exigir” o cumprimento dos compromissos assumidos.
A CAP diz que irá reunir a sua direção em plenário na sexta-feira na Cooperativa da Tocha, em Cantanhede, para “deliberar sobre o conjunto de ações concretas a tomar para que o Governo cumpra, sem demoras ou hesitações, com a palavra dada”.
Tal como na missiva enviada ao ministério liderado por José Manuel Fernandes, a CAP refere que a transferência das DRA para as CCDR foi “a gota de água que fez transbordar o mar de descontentamento sentido pelos agricultores” pela forma como estava a ser gerida esta pasta.
“Os agricultores portugueses querem um Ministério da Agricultura forte e devidamente apetrechado para implementar de forma competente e adequada o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum e os demais mecanismos e programas comunitários dedicados à agricultura e ao mundo rural”, refere a confederação agrícola em comunicado.
A CAP defende que, por serem direções regionalizadas, as DRA têm “um contacto direto com os agricultores e produtores florestais nas várias regiões do país”, ao contrário de uma estrutura de comando centralizada “sem qualquer conhecimento nem capacidade para responder aos problemas e às necessidades” locais.
Em novembro de 2022, o Conselho de Ministros aprovou a resolução que iniciou a transferência e partilha de competências de serviços regionais do Estado para as CCDR, algo que tem sido contestado pelos agricultores desde então.
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