Segundo disse à agência Lusa Diogo Brito Pais, do Movimento Civil de Agricultores, no local estão “cerca de 70 tratores e mais algumas carrinhas” a bloquear o trânsito e só desmobilizarão quando as suas reivindicações “forem atingidas”.
“Senão, estamos para ficar”, afiançou este agricultor, explicando que “o corte [nos apoios] que foi feito e a falta de respeito que o Ministério [da Agricultura] mostrou pelos agricultores” foi o que motivou os manifestantes.
Para Diogo Brito Pais, “são cortes que não são justificados” numa altura em que, na Europa, “se pede a transição energética”.
“Os agricultores foram os primeiros a querer fazê-la, mas agora fazem-lhes um corte exatamente nessas medidas. Isto não tem sentido nenhum”, frisou.
Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul, reclamando a valorização do setor e condições justas, num protesto que já bloqueou várias estradas de norte a sul.
O protesto, organizado pelo Movimento Civil de Agricultores, decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.
O movimento, que se apresenta como espontâneo e apartidário, garantiu que os agricultores portugueses estão preparados para “se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural”.
Em França, os agricultores estão a bloquear várias estradas para denunciar, sobretudo, a queda de rendimentos, as pensões baixas, a complexidade administrativa, a inflação dos padrões e a concorrência estrangeira. O protesto também tem crescido em países como Espanha, Bélgica, Grécia, Alemanha ou Itália.
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