Grossi disse num comunicado que uma área perto da cidade de Enerhodar, onde mora a maior parte do pessoal que trabalha na central, foi alvo de um ataque com fogo de artilharia na sexta-feira.

Especialistas da AIEA presentes em Zaporijia relataram que a instalação não foi afetada, “mas a proximidade sublinhou uma vez mais os perigos contínuos para a segurança nuclear num momento de crescente especulação sobre futuras operações militares na região”, explicou Grossi.

O diretor-geral da AIEA disse estar empenhado em negociar com todas as partes para proteger a central e ajudar a prevenir o risco de um grave acidente nuclear no continente europeu.

“É muito simples: não disparem contra a central e não a usem como base militar. Deve ser do interesse de todos concordar com um conjunto de princípios para proteger a central durante o conflito”, disse Grossi.

Houve uma grande queda no número de funcionários a trabalhar na central desde o início dos combates, com funcionários e as suas famílias a enfrentar “condições extremamente difíceis e stressantes numa região da linha de frente durante o conflito”, referiu o comunicado.

No início do mês, especialistas da AIEA notaram uma redução no pessoal essencial. Apesar do regresso de alguns funcionários na segunda-feira, a força de trabalho em Zaporijia permanece muito abaixo dos níveis registados antes do início da invasão russa.

“De momento, há pessoal suficiente para uma central cujos reatores estão todos em modo de encerramento. No entanto, continua a ser claramente insuficiente para realizar a manutenção necessária e outros trabalhos regulares “, avisou Grossi.

O dirigente descreveu a situação como “insustentável” e alertou que, “quanto mais tempo a central tiver esse nível reduzido de pessoal, maiores serão os riscos de segurança e proteção nuclear”.

A central de Zaporijia conta atualmente apenas com uma única linha de energia em operação, de 750 quilovolts, para fornecer a eletricidade externa necessária para reduzir a temperatura do reator e outras funções essenciais de segurança e proteção.

Em março, uma das quatro linhas elétricas que estavam em funcionamento antes do conflito foi danificada e ainda não foi reparada.