“No contexto da ofensiva militar turca no nordeste da Síria, o Governo não concederá nenhuma nova licença (de venda) para qualquer equipamento militar que possa ser usado na Síria pela Turquia”, disse o chefe da diplomacia alemã, numa declaração hoje divulgada pelo jornal diário Bild.
Heiko Maas não disse qual a tipologia de equipamento militar que fica a partir de agora interdito à Turquia, nem quantificou a dimensão e duração do embargo.
Em 2018, a entrega de armas à Turquia representou (com 242,8 milhões de euros) quase um terço das exportações alemãs de armas de guerra (770 milhões de euros).
Nos primeiros quatro meses de 2019, as vendas de armas para as Forças Armadas turcas totalizaram 184 milhões de euros, tornando a Turquia o mais importante cliente da NATO de armamento alemão.
Esta não é a primeira vez, recentemente, que Berlim decide um embargo à venda de armas, tendo impedido o acesso da Arábia Saudita, em outubro de 2018, por um período de seis meses, a equipamento militar com chancela alemã, depois do assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
A Alemanha é um dos principais países exportadores de armas, juntamente com os Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
Tal como outros países europeus, a Alemanha condenou veementemente a ofensiva turca contra os curdos na Síria, iniciada na passada quarta-feira, que, na opinião da diplomacia alemã, poderá "desestabilizar ainda mais a região e provocar um ressurgimento" do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.
A Alemanha acolhe no seu território cerca de 2,5 milhões de pessoas de nacionalidade ou origem turca.
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